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Política /Brasil

Brasil: militares vão manter segurança no Rio de Janeiro

Os deputados brasileiros votaram a favor da manutenção da ordem pública na cidade do Rio de Janeiro, pelo Exército, perante a crescente vaga de banditismo. O presidente Temer tinha assinado na passada sexta-feira, o decreto estipulando que durante seis meses as operações de segurança pública serão efectuadas sob o controlo dos militares.

Militares brasileiros na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro.  16.02.2018.
Militares brasileiros na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro. 16.02.2018. REUTERS/Ricardo Moraes
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As diferentes corporações de polícia do Rio de Janeiro actuarão seis meses sob a égide do Exército. É a primeira vez que tal situação se verifica, desde o período da ditadura militar no Brasil, entre 1964 e 1985.

A falta de clarividência no respeitante aos contornos da medida tomada por Temer, leva os opositores a acusar o chefe de Estado brasileiro de realizar uma operação política no âmbito do golpe parlamentar, que destituiu a sua antecessora Dilma Rousseff em 31 de Agosto de 2016.

O presidente Michel Temer afirmou que a sua medida, considerada como excepcional, vai contribuir para combater o crime organizado na cidade do Rio de Janeiro.

As ONGS e associações envolvidas em actividades de assitência social às populações carentes da chamada cidade maravilhosa, afirmam que não é o general Braga Netto e os seus militares, quem vai conseguir pôr um termo ao banditismo, resultante, entre outros, das profundas desigualdades sociais que moldam a sociedade brasileira.

O general Braga Netto será  o comandante  da  operação de manutenção da ordem pública durante os seis meses  estipulados  no decreto presidencial , o que de facto substituirá o governador do estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, nas suas funções regalianas.

A manutenção da segurança pública no Rio de Janeiro pelos militares,durante um período de seis meses, é tida pelos opositores de Temer como uma operação política visando nomeadamente ofuscar os esquemas de corrupção em que o presidente brasileiro é suspeito de envolvimento, bem como os fracassos da sua governação.

Os analistas sublinham igualmente que o decreto de Michel Temer que permite aos militares regular a ordem pública de Rio de Janeiro,é sobretudo uma reacção velada às ameaças de ataque por parte das populações das favelas, em caso de prisão do ex-presidente Lula da Silva.

Lula da Silva é acusado de corrupção num escândalo de luvas, ligado à petrolífera Petrobras, e condenado à uma pena de 12 anos e um mês de prisão , mas segundo os analistas jurídicos, sem nenhuma prova cabal.

O ex-Chefe de Estado brasileiro permanece favorito em todos inquéritos de opinião sobre as intenções de voto para a eleição presidencial de 2018, prevista no mês de Outubro.

A sua condenação é considerada política pelos seus apoiantes, que vêem através da mesma, uma operação do establishment ultraconservador brasileiro para impedir a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva, bem como eliminar o PT(Partido dos Trabalhadores) ,fundado pelo ex-presidente, da corrida à governação.

Os habitantes da favela Rocinha divulgaram recentemente um cartaz, em que se podia ler que ,se Lula da Silva for preso nós desceremos  dos morros.

É a primeira vez que os militares brasileiros são convocados para assegurar a ordem pública, desde o período da ditadura entre 1964 e 1985, no país da América do Sul.

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