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Política/Paraguai

Paraguai: eleição presidencial poderá ditar ruptura com passado ditatorial

O Paraguai, um dos países mais pobres da América latina vai neste domingo às urnas para eleger o sucessor de Horacio Cartes. Numa corrida bipolar, entre o conservador Mario Abdo Benitez e o centrista Efrain Alegre, o primeiro dispõe de uma curta vantagem nas intenções. As mesas de voto encerram o escrutínio às 16 horas, 20h00 GMT. Segundo os analistas ,no seio dos 4,2 milhões de eleitores, existe uma nova geração que poderá pôr em causa a agenda conservadora vigente no pequeno país latino-americano, rodeado pela Bolívia, Argentina e o Brasil.

Os dois candidatos à  eleição presidencial do Paraguai, Mario Abdo Benitez (à esquerda) e Efrain Alegre.
Os dois candidatos à eleição presidencial do Paraguai, Mario Abdo Benitez (à esquerda) e Efrain Alegre. REUTERS/Jorge Adorno/File photo
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Encravado entre a Bolívia , a Argentina e o Brasil, o Paraguai registou nos últimos anos um crescimento económico constante, sob o mandato do magnate do tabaco e presidente cessante, Horacio Cartes. Contudo o crescimento não contribuiu para o recuo da pobreza, corrupção e tráfico de drogas.

De acordo com os analistas, o Paraguai permanece um país de contrastes, marcado pela ditadura do General Alfredo Stroessner que governou o país de 1954 a 1989.

Filho do secretário pessoal de Stroessner durante o período ditatorial, Mario Abdo Benitez de 46 anos, representante do partido Colorado, defende o balanço de Cartes e a continuidade do modelo conservador.

Efrain Alegre, centrista de 55 anos, candidato da coligação de esquerda Ganar, preconiza uma agenda mais social, na qual ele defende um sistema de saúde que não exclua os pobres, assim como a redução do custo da electricidade, para estimular o investimento e a criação de empregos.

Inicialmente com 20 pontos de avanço sobre Alegre, Abdo Benitez, mais conhecido por Marito é o favorito, mas os últimos inquéritos de opinião prevêm um resultado cerrado, com uma vitória final de Benitez e uma participação total de 70%.

Segundo o instituto de sondagens SNEARD, em caso de eventual derrota de Mario Abdo Benitez, materializar-se-á um voto de sanção ao governo de exclusão presidido por Horacio Cartes.

Benitez promete encetar uma reforma do sistema judicial para melhor lutar contra a corrupção  e defende a continuidade da política económica de Horacio Cartes.

Não obstante o crescimento económico dos últimos anos, 26,4% de paraguaios vivem numa pobreza extrema e de acordo com Transparência Internacional, o Paraguai é o 135o (centésimo trigésimo quinto) numa classificação global de 180 países, na luta contra a corrupção.

A emergência de uma nova geração, no seio dos 4,2 milhões de eleitores paraguaios,segundo Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais na Fundação Getúlio Vargas em São Paulo, poderá ser  um factor determinante na ruptura do Paraguai com as sequelas do período sombrio ,que representou a ditadura no país entre 1954 e 1989.

 

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