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Política/Mali

Mali: última refém francesa do mundo

A francesa Sophie Pétronin está detida como refém desde fins de 2016, no Mali, por um grupo terrorista ligado a rede Al-Qaeda. Os familiares da última refém francesa no mundo têm denunciado a lentidão com que as autoridades tratam o caso de Pétronin, não obstante as diligências feitas junto dos orgãos competentes e da presidência, por via administrativa.

Extracto de um video de Sophie Pétronin, refém no Mali  a 2 de Julho de 2017
Extracto de um video de Sophie Pétronin, refém no Mali a 2 de Julho de 2017 © AFP
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Em declarações à RFI, Arnaud Granouillac, sobrinho de Sophie Pétronin,sublinhou o facto, de que para outras pessoas foi mais fácil ter acesso a Emmanuel Macron, ao se deslocarem informalmente à residência presidencial de Fort Brégançon, do que respeitando os procedimentos formais.

De acordo com a presidência francesa estão a ser disponibilizados todos os meios para obter a libertação de Sophie Pétronin detida como refém desde 24 de Dezembro de 2016, no Mali, por um grupo terrorista ligado a rede Al-Qaeda.

A mesma fonte sublinhou que o Presidente Emmanuel Macron tem acompanhado pessoalmente as diligências efectuadas, para que seja libertada a última refém francesa do mundo.

A presidência francesa reagiu após os familiares de Sophie Pétronin terem novamente lançado um apelo, para que  sejam acelerados os contactos conducentes a libertação da refém.

O seu sobrinho, Arnaud Granouillac, em declarações à RFI, afirmou que o Presidente recebeu mais facilmente, de maneira informal, outras pessoas na sua residência de lazer presidencial de Fort Brégançon, descurando de dar seguimento aos dossiers que lhe chegaram por via legal habitual.

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Arnaud Granouillac 21 08 2018

"Foi suficiente para outras pessoas fazer um sit-in (demonstração) diante do Forte de Brégançon, para ser recebido pelo Presidente. Ora nós respeitámos a via hierárquica e nunca tivemos uma resposta.

Há mais de 600 dias que a minha tia é refem e ela está a morrer lentamente lá no Mali. Ela é sobretudo uma refém sacrificada.

No último video que tivemos dela, a minha tia confirmou ao meu primo que ele podia ir visitá-la, que os raptores deram a sua palavra, que nenhum mal ser-lhe-á feito.

Mas ela não vai atrair o único filho que lhe resta a uma cilada, para que lhe aconteça algum mal. Naturalmente, ela tem mais confiança nos seus raptores,do que em pessoas externas.

Se por acaso a minha tia vier a escutar-nos pela Rádio. Que ela saiba que nós a amamos profundamente, que o seu filho Sébastien resiste, nós têmo-lo apoiado.

Tu conhecê-lo, ele é um lutador. Nós continuamos a lutar por ti e vamos tirar-te daí.

E vamos conseguir. Mesmo sózinhos, nós conseguiremos. Tu sabes, do que nós somos capazes. Nós vamos conseguir tirar-te daí."

                                                                             Arnaud Granouillac

Segundo Arnaud Granouillac,a família de Sophie Pétronin pediu formalmente, por três vezes,uma audiência ao Presidente Macron,sem nunca ter obtido uma resposta.

Granouillac confessou que não compreendia o porquê do silêncio, da presidência francesa.

No dia 13 de Julho, durante o tradicional discurso perante os militares,na véspera da Festa Nacional da França (14 de Julho), Emmanuel Macron evocou o caso de Sophie Pétronin,que tem 75 anos e de acordo com a sua família sofre de paludismo e de um cancro.

A senhora Pétronin geria uma pequena Organização Não-Governamental franco-suiça, que ajudava crianças sofrendo de subnutrição, no norte do Mali. Ela foi raptada no dia 24 de Dezembro de 2016 em Gao, pelos jiadistas do Grupo de Apoio ao Islão e aos Muçulmanos((GSIM).

No primeiro video depois do seu rapto, Sophie Pétronin, dirigindo-se ao Presidente Macron, afirmara: Tenho consciência que eu não represento nada. Disse para comigo que o Senhor se esqueceu de mim. Pois bem, não é muito grave. Da refém esquecida que sou, eu passarei a ser a refém sacrificada.

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