EUA acusam Huawei de espionagem
A justiça norte-americana acusou formalmente a Huawei de fraude fiscal e espionagem. Pequim acusa Washington de “manipulações políticas”. O caso vem inflamar as relações diplomáticas entre os dois países.
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O departamento de Justiça norte-americano anunciou, esta segunda-feira, que acusou formalmente o grupo chinês de telecomunicações Huawei e sua directora financeira Meng Wanzhou, detida no Canadá desde Dezembro a pedido dos EUA.
Os EUA acusam a Huawei de ter ludibriado um banco internacional (não identificado) e de ter enganado as autoridades americanas no que diz respeito às suas filiais Skycom Tech e Huawei Device USA com o objectivo de realizar transacções com o Irão. As duas filiais são acusadas por factos relativos ao período 2012-2014.
O departamento de Justiça acusa igualmente a Huawei de ter realizado voos comerciais secretos, de fraude electrónica e de entrave à justiça por suposto roubo de tecnologia da T-Mobile US para testar a resistência dos smartphones.
A Huawei já fez saber que as duas empresas tinham ajustado as suas diferenças amigavelmente em 2017 e nega as acusações.
Já no início de Dezembro a detenção em Vancouver, Canadá, de Meng Wanzhou, filha do fundador do grupo Huawei, provocou uma crise diplomática. Com o objectivo da sua extradição para os EUA, a directora financeira da Huawei, que se encontra em liberdade condicional, deve comparecer a tribunal a 6 de Fevereiro próximo.
O ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, denuncia uma campanha internacional "injusta e imoral" e alerta para “motivações e manipulações políticas” por detrás destas acusações. Pequim acusa Washington de utilizar "o poder do Estado para desacreditar e atacar determinadas empresas chinesas, na tentativa de estrangular as suas operações, que são legítimas e legais".
As acusações surgem a guerra comercial entre Estados Unidos e China em pano de fundo e no dia a que a Washington chega o chefe chinês das negociações sobre as questões comerciais, Miu He.
As acusações contra a Huawei são um duro golpe para este gigante mundial, número dois planetário de vendas de smatphones, cujos equipamentos já foram rejeitados pelos Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia, com medos relativos à segurança nacional.
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