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Política/Nigéria

Nigéria: eleições marcadas por violência

Os nigerianos foram neste sábado às urnas para eleger o Presidente e os representantes das duas câmaras do parlamento. Segundo The Situation Room, uma organização da sociedade civil, o escrutínio foi marcado pela violência que resultou na morte de 16 pessoas em oito estados da Nigéria.

O Presidente Muhammadu Buhari e o seu rival Atiku Abubakar, quando votavam, sábado, nas suas respectivas cidades de Daura e de Yola. 23 de Fevereiro de 2019
O Presidente Muhammadu Buhari e o seu rival Atiku Abubakar, quando votavam, sábado, nas suas respectivas cidades de Daura e de Yola. 23 de Fevereiro de 2019 RFIHAUSA
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De acordo com observadores locais, o adiamento por uma semana das eleições , contribuiu para a escalada da tensão e as teorias de conspiração, antes do escrutínio de sábado.

Vários analistas tinham receado cenas de violência durante a votação, o que foi confirmado pela organização da sociedade civil, The Situation Room.

Segundo The Situation Room, empenhada na monitorização do escrutínio, ocorreram dezasseis mortes em oito estados.

Em Lagos, nomeadamente, a votação foi perturbada nalgumas zonas, e urnas e buletins de voto foram incendiados por criminosos.

As autoridades policiais informaram também, que em Andoni, no estado meridional de Rivers, desconhecidos abateram a tiro um antigo dirigente do governo local,assim como o seu irmão.

Ambos eram membros do All Progressives Congress ( APC ),partido do Presidente cessante Muhammadu Buhari,que se candidatou a reeleição.

Buhari votou de manhã cedo na sua cidade natal de Daura, no estado de Katsina, no noroeste da Nigéria. Ele afirmou ter confiança numa nova vitória.

O seu rival, Atiku Abubakar,de 72 anos, votou em Yola, cidade do estado de Adamawa, no nordeste do país.

O atraso na entrega do material de votação, bem como no destacamento das forças de segurança às cerca de 120 mil mesas de voto, fez com que o escrutínio fosse encerrado depois das14 horas, previstas.

Estavam registados nas listas cerca de 84 milhões de eleitores, mas somente 72.7 milhões votaram.Os restantes não foram autorizados a votar, por não possuírem um documento de identificação válido.

A campanha eleitoral nigeriana foi igualmente afectada pelos ataques, contra as forças de segurança, do grupo islamista armado,Boko Haram.

Pouco antes da abertura das mesas de voto, um militar foi morto e 20 ficaram feridos, quando membros do Boko Haram tentaram penetrar na cidade de Maiduguri.

Tiros de morteiro e explosões ouviram-se durante o ataque dos islamistas, que foram repelidos pelos militares nigerianos.

Muhammadu Buhari foi criticado pela oposição, por ter aconselhado os militares, antes do escrutínio de sábado, a serem implacáveis com os que tentassem perturbar a normalidade das eleições.

Não é primeira vez que eleições na Nigéria são afectadas, por uma onda de violência.

Segundo os analistas da firma SBM Intelligence, 233 pessoas morreram em incidentes relacionados com a campanha eleitoral, entre Outubro de 2018 e a última sexta-feira.

A Comissão Nacional Eleitoral Independente ( INEC ), anunciou que os resultados das eleições serão divulgados, no decurso da próxima semana.

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