Ucrânia: cómico e actor às portas do poder
Os ucranianos foram este domingo às urnas para escolher o seu novo presidente, com a esperança de que o rumo do país mude para melhor. Frente ao, chefe de Estado cessante Petro Poroshenko, o cómico e actor Volodymyr Zelensky, que beneficiava nos últimos inquéritos de opinião de mais de 60% das intenções de voto, poderá a partir deste domingo vir a ser o novo Presidente da Ucrânia, país em guerra e atravessando uma grave crise económica.
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Segundo os depoimentos recolhidos nalgumas mesas de voto de Kiev, os ucranianos podem confirmar neste domingo a eleição à presidência da República do actor e cómico, Volodymyr Zelensky.
Com mais 60% das intenções de voto antes da segunda volta de hoje, Zelensky ,é prognosticado como o possível grande vencedor do escrutínio presidencial perante Petro Poroshenko , chefe de Estado cessante, políticamente fragilizado pelos escândalos de corrupção que afectaram o seu mandato.
Poroshenko de 53 anos, tentou jogar a carta da experiência num país em guerra, mas sem convencer os ucranianos, que, tudo leva a crer, optaram por Zelensky de 41 anos, novato em política que antes, como actor, tinha feito, premonitóriamente, o papel de um presidente numa popular série televisiva do seu país.
As sondagens de opinião que antecederam a segunda volta revelavam que 73% dos ucranianos eram favoráveis à Volodymyr Zelensky, contra 27% para Petro Poroshenko.
Este último chegou ao poder em 2014 graças à chamada revolução cor de laranja, suposta ancorar a Ucrânia ao Ocidente.
Contudo, no país de 45 milhões de habitantes, muitos consideram que as promessas da citada revolução não foram cumpridas.
O Ocidente acompanhou o escrutínio e o secretário de Estado americano Mike Pompeo,comunicou que, seja qual for o novo presidente, os Estados Unidos estão prontos para trabalhar com ele.
Os ucranianos decidiram eleger Zelensky, com a esperança de que a Ucrânia, país que atravessa também uma crise de identidade dilacerada entre a Rússia e o Ocidente, venha a ter dias melhores.
Segundo observadores, as reformas económicas em curso e a vontade de reaproximação com a União Europeia, que visa minimizar a influência russa na Ucrânia, ainda não tiveram os benefícios esperados pela população.
Volodymyr Zelensky, que durante a campanha foi alvo de chacota por parte de Petro Poroshenko por ter como primeira língua o russo, vai chefiar um país dividido que, para além dos problemas económicos, deverá procurar o mais brevemente possível uma solução ao conflito armado do Donbass.
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