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Poítica/Estados Unidos

Estados Unidos: divergências levam Donald Trump a demitir John Bolton

O Presidente Donald Trump anunciou na terça-feira a demissão de John Bolton, do cargo de conselheiro nacional para as questões de segurança. Nos últimos meses multiplicaram-se as divergências entre o chefe de Estado americano e o seu assessor. Trump afirmou que discordava fortemente das propostas feitas por Bolton em matéria de política estrangeira.

O Presidente Donald Trump quando se preparava para discursar diante na conferência da associação do National Historically Black Colleges and Universities (HBCU) em Washington.10 de Setembro de 2019
O Presidente Donald Trump quando se preparava para discursar diante na conferência da associação do National Historically Black Colleges and Universities (HBCU) em Washington.10 de Setembro de 2019 REUTERS/Leah Millis
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John Bolton, um dos falcões de Washington, acusado de militarista pelos seus detratores, afirmou que não foi obigado a demitir-se, mas que ele próprio decidiu abandonar o cargo de conselheiro nacional para a segurança.

Observadores em Washington afirmam que nos últimos meses, as divergências entre o Presidente Donald Trump e o agora, ex-conselheiro, tinham registado uma escalada, designamente em questões como o Irão, a Coreia do Norte e a Venezuela.

Círculos afectos à Casa Branca concluíram que o chefe de Estado americano tinha o sentimento de ser sabotado por Bolton, acusado nomeadamente do fracasso das negociações com a Coreia do Norte e com os talibãs afegãos.

Foi a questão afegã, que representa o compromisso militar mais longo da história dos Estados Unidos, após os ataques terroristas contras as torres gémeas de Nova Iorque em 11 de Setembro de 2001, que segundo os analistas teria precipitado a decisão tomada por Donald Trump de afastar John Bolton, da função de conselheiro nacional para a segurança.

Ao que parece, Bolton era contrário ao convite dos talibãs à Camp David, para assinar um acordo de paz com os Estados Unidos e o governo afegão.

Bolton,um veterano dos bastidores políticos de Washington, apoiou a invasão do Iraque em 2003 e está ligado à várias decisões agressivas em matéria de política estrangeira americana.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, visto também como um dos falcões de Washington, reagiu a demissão de Bolton, declarando que esta última não augura mudanças estratégicas na política estrangeira dos Estados Unidos.

Pompeo reconheceu contudo, que o Presidente Trump mantem a sua decisão de reatar o diálogo com o Irão, de modo a baixar a tensão existente no Médio-Oriente.

Nos sectores republicanos de Washington, o senador Rand Paul considerou que o Presidente Donald Trump tem grandes instintos no que toca à política estrangeira, assim como deseja também pôr fim as intermináveis guerras em que os Estados Unidos estão implicados.

Paul sublinhou que Donald Trump tem o direito de rodear-se de colaboradores que defendem uma visão idêntica à sua.

O seu colega democrata Jack Reed, afirmou que John Bolton não era a pessoa certa para a função de conselheiro nacional para a segurança,mas que a sua demissão não resolverá os problemas de desfuncionamento da Administração Trump.

No plano externo, a Rússia por intermédio do seu vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergueï Riabkov, considerou que Moscovo não espera uma melhoria das relações com Washington, depois da demissão de John Bolton.

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