Moçambique nas malhas da Wikileaks
Num telegrama da Embaixada norte-americana, tornado público agora pelo site Wikileaks, Moçambique tornou-se o segundo lugar de África “mais activo para o trânsito de narcóticos”, depois da Guiné-Bissau, graças à cumplicidade entre traficantes e figuras ao mais alto nível em Maputo.
Publicado a:
A história remonta a junho de 2010, quando o empresário moçambicano, Mohamed Bachir, foi acusado pelo Departamento de Tesouro norte-americano de ser um dos principais narcotraficantes do mundo. Na altura Mohamed Bachir, com uma fortuna calculada em muitos mil milhões de dólares, desmentiu publicamente o envolvimento nos esquemas de tráfico de droga. O departamento do tesouro norte-americano continuou a sustentar as acusações contra o empresário moçambicano, mas nunca apresentou quaisquer provas do envolvimento deste no tráfico de droga.
De salientar porém, que Mohamed Bachir, foi um dos grandes apoiantes financeiros da FRELIMO, o partido no poder desde 1975, sobre as acusações feitas ao empresário o governo disse, apenas, que a ficha de Mohamed Bachir estava limpa, mas que as investigações estavam a ser feitas.
Agora com a divulgação dos telegramas da embaixada norte americana, feita pela Wikileaks, e que revelam o envolvimento com o narcotráfico, do antigo presidente moçambicano, Joaquim Chissano, assim, como do atual chefe de estado Armando Guebuza, o assunto volta à atualidade. Contudo ,até agora, nem Joaquim Chissano, nem Armando Guebuza se pronunciaram sobre a questão.
Quem reagiu foi a Embaixada norte-americana, pela voz do assessor de imprensa e Cultura, Tobias Bedford, que referiu que estão a decorrer investigações para apurar o sucedido, porém adiantou que as relações bilaterais entre Moçambique e os Estados Unidos da América são boas e são para continuar.
Orfeu Lisboa, Correspondente da RFI em Moçambique
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro