Revolta popular após assassínio de opositor tunisino
Multidões hostis ao regime islamita tunisino denunciaram nesta quarta-feira o assassínio de um lider da oposição. Próximos de Chokri Belaïd apontaram o dedo ao regime de Tunes. Sedes do partido Enhada, no poder na Tunísia, foram saqueadas por populares revoltados com o crime.
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O secretário geral do partido dos Patriotas democratas foi baleado mortalmente na madrugada desta quarta-feira junto à sua casa em Tunes.
Trata-se do primeiro assassínio do género desde a "Revolução do jasmim" que derrubou em 2011 o regime de Ben Ali.
O chefe de Estado actual, Moncef Marzouki, denunciou um "assassínio hediondo" e regressou de emergência a Tunes cancelando a sua participação na cimeira islâmica a decorrer no Cairo.
Marzouki é um presidente laico que mantém relações tensas com o governo de Enhada, partido islâmico tido como moderado, actualmente no poder.
De há dois anos a esta parte a Tunísia não conseguiu por cobro à explosão do desemprego.
A chegada de Enhada ao poder traduziu-se também na adopção de medidas contestadas que se traduziram em diminuir a liberdade de criação artistica ou redefinindo o estatuto das mulheres.
Djenirah Couto, investigadora da Escola de altos estudos em ciências sociais de Paris, entrevistada por Liliana Henriques, comenta as acusações levantadas contra a Enhada depois da morte de Belaïd.
Djenirah Couto sobre o contexto da Tunísia
Esta especialista de países árabes analisa aqui as consequências deste assassínio para a Tunísia que poderiam passar por uma anarquia ainda maior do que a que se tem verificado até ao momento.
Djenirah Couto sobre as consequências do assassínio de Belaïd
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