Criação de uma Força de reacção rápida no último dia da cimeira da UA
No último dia da cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Africana em Addis Abeba, os líderes africanos discutiram as ameaças de grupos islamitas em vários pontos do continente e adoptaram a criação de uma Força africana de reacção rápida .
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Chegou ao fim a vigésima primeira cimeira da União Africana, cimeira do cinquentenário da unidade do continente. Deste encontro sai a decisão de criar uma Força africana de reacção rápida com o objectivo de intervir em casos de urgência. Esta força deverá ser concretizada na base de contribuições voluntárias, em termos humanos, logísticos e financeiros.
Relativamente à situação que se vive no Mali e na República Democrática do Congo, os líderes africanos consideraram que houve avanços. Já sobre a República Centro Africana, Madagáscar e Guiné-Bissau, a cimeira expressou a sua preocupação mantendo a sua posição de rejeitar mudanças de governo inconstitucionais.
A vigésima primeira cimeira de Chefes de Estado e Governo fica igualmente marcada por objectivos em discussão a longo prazo, no horizonte 2063, e também pela adopção de uma estratégia para o período 2014/2017.
Sobre a procura de financiamentos próprios para a União Africana, as propostas do antigo Presidente nigeriano, foram adoptadas pelos dirigentes africanos, todavia a sua apreciação está ainda sujeita aos ministros das finanças. Porém nem todas as propostas reuniram consenso, a criação de uma taxa aplicada a bilhetes de avião e reservas de hotel não convenceram certos países, como Cabo Verde, que vivem do turismo.
No ar fica igualmente a resposta ao convite do chefe de Estado francês, François Hollande, para uma conferência sobre segurança nos próximos dias 6 e 7 de Dezembro em Paris. O relato da nossa enviada especial a Addis Abeba, Liliana Henriques.
Correspondência de Addis Abeba
O vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente, que representou o país em Addis Abeba, mostrou-se satisfeito com os objectivos alcançados durante a cimeira e disse acreditar que foram criados os mecanismos para no futuro se poderem criar condições de paz para o continente.
Vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente
Igualmente na capital etíope esteve Natália Umbelina, ministra dos Negócios Estrangeiros de São Tomé e Príncipe, que afirmou que esta cimeira permitiu passar em revista todos os problemas que fustigam o continente africano.
Ministra dos Negócios Estrangeiros de São Tomé e Príncipe, Natália Umbelina
A situação política que se vive actualmente na Guné-Bissau foi lembrada por Carlos Lopes, secretário executivo da Comissão Económica da ONU para África, que referiu que o pacto de transição assinado no país é visto como uma factor de esperança pela Comunidade Internacional.
Secretário executivo da Comissão Económica da ONU para África, Carlos Lopes
A possível adesão da Guiné Equatorial à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa- CPLP- foi lembrada por Paulo Cordeiro de Andrade Pinto, Sub-secretário Geral Político para África e Médio Oriente no Ministério das Relações Exteriores do Brasil. O responsável político adiantou que o Brasil se mostra favorável à adesão do país.
Sub-secretário Geral Político para África e Médio Oriente no Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Paulo Cordeiro de Andrade Pinto
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