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Guiné-Bissau

PAIGC tem maioria absoluta no parlamento da Guiné-Bissau

Anunciados ontem (16/04) os resultados provisórios das eleições gerais de 13 de Abril, cuja participação rondou os 80%, um nível jamais atingido na Guiné-Bissau, onde o PAIGC conquistou a maioria no Parlamento e o seu candidato às presidenciais José Mário Vaz, vai disputar a segunda volta com o independente Nuno Nabian.

Presidente da Comissão Nacional de Eleições, Augusto Mendes
Presidente da Comissão Nacional de Eleições, Augusto Mendes Liliana Henriques
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O presidente da Comissão Nacional de Elições, Augusto Mendes, anunciou ontem, com algum humor, os resultados provisórios das eleições presidenciais, sem no entanto indicar a data da segunda volta, mas que e segundo observadores atentos, poderia realizar-se dia 18 de Maio.

01:17

Augusto Mendes, presidente CNE

José Mário Vaz, candidato a presidente pelo PAIGC, obteve 40,98% de votos, diz-seconfiante na vitória na segunda volta e o presidente do partido Domingos Simões Pereira, será provavelmente o futuro Primeiro Ministro guineense.

Nuno Nabian, o segundo candidato mais votado, com 25,14%, afirma contar com o voto dos guineenses para encarnar a mudança na Guiné-Bissau, enquanto em terceiro lugar figura o independente Paulo Gomes, que não vai apoiar nenhum dos candidatos em liça, nem dar indicações de voto aos 9,87% de eleitores que votaram nele.

J160 no que diz respeito às legislativas, o PAIGC perdeu a maioria qualificada, mas obteve maioria absoluta no parlamento com 55 dos 102 deputados, tendo no entanto perdido 12, o segundo maior partido, o PRS, aumentou de 28 para 41 deputaos.

Enquanto três pequenos partidos contestam os resultados nalgumas localidades, no que diz respeito à eleição de deputados : o PRS, o PCD que elegeu 2 e o PND que elegeu 1.

Em comunicado entregue hoje (17/04) à CNE, o PUSD, que não elegeu nenhum deputado, considera que o elevado número de votos nulos - cerca de 100 mil -  "poderá dever-se a excesso de zelo ou confusão, pelo que se corre o risco de adulterar a expressao, sentido e vontade popular".

Mais pormenores com o nosso correspondente em Bissau Mussá Baldé

01:26

Mussá Baldé, correspondente em Bissau

 O representante especial do secretário geral da ONU na Guiné-Bissau, o antigo presidente timorense José Ramos Horta,  sublinhou ontem que "os guineenses deram lições de civilidade" e instou a comunidade internacional a "dialogar rapidamente com quem for eleito, e mobilisar recursos para a educação, saúde e segurança alimentar".

00:19

José Ramos Horta

O diplomata sãotomense Ovídeo Pequeno, representante da União Africana na Guiné-Bissau, felicitou também o povo guineense pela "forma ordeira e pacífica" com que participou no processo eleitoral e dirigindo-se aos vencedores  das eleições legislativas, disse esperar que estes "tenham a capacidade de usar a tolerância, bom sentido de estado e bom espírito, para galvanizar a população e dar mostra, de que esse povo que vem sofrendo, e escolheu os seus candidatos, possa definitivamente sair da situação de crise".

00:55

Ovídeo Pequeno

 

De salientar, que desde a instauração do multipartidarismo na Guiné-Bissau em 1994, nenhum presidente ou primeiro ministro eleitos, conseguiram terminar os seus mandatos. O último golpe de estado teve lugar a 12 de Abril de 2012, a escassos dias da segunda volta das eleições presidenciais, nas quais o favorito era o então primeiro ministro e presidente do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, deposto por esse mesmo golpe militar, na sequência do qual foi instaurado um governo de transição, apenas reconhecido pela CEDEAO.

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