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Moçambique

Moçambique: campanha de vacinação contra o cancro do colo do útero

Segundo a OMS, Moçambique é o segundo em vinte países com maior prevalência de cancro do colo do útero, cuja campanha de vacinação vai abranger até para a semana cerca de 8.200 meninas de 10 anos de idade em três províncias do país: Manica, Cabo Delgado e Maputo, onde ouvimos as investigadoras Esperança Sevene e Kátia Munguambe, do Centro de Investigação em Saúde da Manhiça. 

DR
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No arranque desta fase piloto da campanha no passado dia 14 de Maio, na Manhiça, na provincia de Maputo, o ministro da saúde, Alexandre Manguele, confirmou que Moçambique é o segundo de vinte paises com maior incidência do cancro do colo do útero, que em 2012 afectou cerca de 5.600 moçambicanas, das quais 75% morreram.

Já em 2013 foram rastreadas 64.200 mulheres, das quais cerca de 5 mil apresentaram lesões pré-cancerosas, que foram tratadas.

A prevenção desta doença é pois uma prioridade de saúde pública em Moçambique, e é feiita em três vertentes: rastreio e tratamento de lesões, prevenção da infecção por HPV ou Papilomavirús Humano, através de sensibilização dos comportamentos sexuais, e finalmente a vacinação de meninas, de preferência antes do inicio da sua actividade sexual, que deverão receber três doses num período de seis meses.

A primeira fase desta campanha abrange três distritos: Mocimboa da Praia (Cabo Delgado, norte), Manica (Manica, centro) e Manhiça (Maputo, sul), onde as 92 escolas foram visitadas e as equipas voltarão para semana, para terminar a vacinação.

Duas investigadoras do Centro de Investigação em Saúde da Manhiça:  a médica e farmacóloga Esperança Sevene e a bióloga Kátia Munguanbe, dão-nos conta de como decorreu a campanha de vacinação, efectuada com a vacina bivalente CERVARIX e não com a quadrivalente GARDASIL que tem gerado forte polémica devido aos seus efeitos secundários.

A dra Esperança Sevene afirma que "pela descrição do fabricante deste produto, não se espera uma frequência elevada de eventos adversos, diferentes daqueles que nós encotramos com outras vacinas", garante que o seguimento será efectuado ao longo de toda a campanha, mas considera que tem que "ser ponderado o balanço benefício/risco".     

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Campanha contra o cancro do colo do útero

O Papilomavírus Humano (ou HVP na sigla inglesa) é o causador do cancro do clo do útero, mas existem cerca de 100 variantes do virús, dos quais cerca de 40 podem provocar cancro, ou lesões infecciosas.

Foram desenvolvidas duas vacinas contra os tipos de HVP mais presentes nesta patologia, cujo real impacto só poderá ser observado após décadas: uma bivalente, para dois tipos de HVP conhecida como CERVARIX produzida pela GlaxoSmithKline ou GSK, e outra quadrivalente, que previne contra quatro tipos de HVP, a GARDASIL comercializada pelo laboratório Merck e produzida pela Sanofi Pasteur.

Esta útima, comercializada em França desde 2006, tem gerado grande polémica e mesmo a instauração de processos, por vítimas de efeitos secundários mais ou menos graves, que vão de violentas dores de cabeça e/ou de ventre, a crises de paralisia, ou mesmo afecções do sistema nervoso central, como a esclorose em placas.

Tal como a maior parte das vacinas (caso da contra a Hepatite B, que também causou polémica), as vacinas contra o cancro do útero contêm hidróxido de alumínio, que a prazo pode afectar o sistema imunitário e neuro muscular, podendo culminar na doença de Alzheimer, tudo dependendo da dosagem. 

Os médicos cépticos em relação à vacina GARDASIL, denunciam a sua eficácia não provada, corroborada por documentos de Sanofi, que provam que o número da cancros do útero não diminuiu, mas, e embora sublinhando que a vacina em si não é perigosa, a classe médica aponta a falta de dados epidemiológicos sobre os seus efeitos secundários, e ressalva a importância da profilaxia, recordando que o rastreio permitiu reduzir de 90% a prevalência de cancro do útero.

Vários países europeus deixaram de recomendar esta vacina, que só em França, entre 2006 e 2011 foi inoculada a cerca de um milhão e meio de adolescentes, e desde Junho de 2013 o Japão deixou de recomendar ambas as vacinas CERVARIX e GARDASIL.

Resta acrescentar que cada dose de GARDASIL custa cerca de 120 euros, e são necessárias três. 

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