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Quénia

Presidente do Quénia desloca-se até ao Tribunal Penal Internacional de Haia

O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, chegou hoje a Haia, na Holanda, onde vai comparecer amanhã perante o Tribunal Penal Internacional para responder à acusação de crime contra a Humanidade, pela sua alegada responsabilidade nas violências pós-eleitorais que causaram 1200 mortos entre os finais de 2007 e o início de 2008.

Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta
Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta Reuters
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Aos 52 anos, Uhuru Kenyatta será o primeiro chefe de Estado em exercício a comparecer diante do TPI, esta não sendo todavia primeira vez que Kenyatta vai ser ouvido pela justiça internacional, já que ele compareceu uma primeira vez perante o tribunal de Haia ainda antes da sua eleição em 2013.

A audiência de amanhã tem por objectivo determinar que direcção vai tomar a acção movida contra o Chefe de Estado queniano. Adiado várias vezes devido nomeadamente à retirada de diversos testemunhos-chave, o processo poderia conhecer ainda um novo adiamento, uma vez que o procurador refere não dispor de elementos suficientes que justifiquem um processo e acusa Nairobi de não cooperar com a investigação.

Kenyatta diz que se desloca a "título pessoal" e não como Chefe de Estado, tendo delegado os seus poderes ao seu vice-presidente William Ruto, também ele acusado de crimes contra a Humanidade por ter igualmente desempenhado um suposto papel nas violências pós-eleitorais ocorridas em Dezembro de 2007 e no início de 2008.

Nessa altura, a vitória anunciada do então presidente cessante Mwai Kibaki nas eleições presidenciais de Dezembro de 2007 provocou protestos dos apoiantes do seu adversário, Raila Odinga, gerando ondas de violência que rapidamente degeneraram em massacres étnicos que causaram 1200 mortos e 600 mil deslocados.

Depois deste difícil período, encaminhou-se uma laboriosa reconciliação nacional, processo que a União Africana invocou no ano passado, entre outros argumentos, para reclamar o encerramento da acção contra o presidente queniano.

Por conseguinte, é com alguma expectativa que esta situação é seguida, nomeadamente pela imprensa de Nairobi para a qual, no jornal The Nation, a decisão do Presidente Kenyatta de comparecer perante o TPI "deve ter espantado aqueles na oposição e na sociedade civil que salivavam com a perspectiva de ver o Presidente ser humilhado ou então de o ver ignorar a convocatória do TPI, transformando-o um fugitivo internacional". Por outro lado, no jornal The Standard, "ao escolher respeitar as regras do jogo, o Presidente mostrou que não tem nada para esconder".

Ao dar conta de uma certa tranquilidade da opinião pública queniana em relação a esta matéria, Elvis Duran, empresário em Nairobi, diz que de forma geral ninguém acredita que o processo contra Uhuru Kenyatta tenha condições de ir avante.

01:30

Elvis Duran, empresário em Nairobi

 

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