Cabo Verde: Cientistas detectaram sinais de actividade sísmica na ilha do Fogo desde Março
"Aumento de emissões de dióxido de enxofre" na ilha do Fogo tinha sido registado desde Março. A ministra cabo-verdiana da Administração Interna responde que "o Serviço Nacional de Protecção Civil foi alertado no sábado (22 de Novembro) e o ministério no domingo".
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O director do Instituto Tecnológico e das Energias Renováveis das Canárias criticou hoje a "inércia" das autoridades cabo-verdianas na prevenção da erupção vulcânica em curso na ilha do Fogo. Em declarações à agência Lusa, Nemesio Pérez Rodriguez disse que toda a informação recolhida desde Março apontava para uma situação "preocupante" e que esses dados foram enviados ao Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica cabo-verdiano, que nunca respondeu.
A RFI tentou contactar o responsável, sem sucesso, mas entrevistou a geóloga Sónia Silva, presidente do Observatório Vulcanológico de Cabo Verde, que confirmou ter havido "um aumento de emissões de dióxido de enxofre" de Março a Agosto.
Sónia Silva, Geóloga
A ministra da Administração Interna cabo-verdiana, Marisa Morais, disse à RFI que "o Serviço Nacional de Protecção Civil foi alertado no sábado (22 de Novembro) e o ministério no domingo", sublinhando que "o relacionamento entre entidades científicas é outra questão".
Marisa Morais, Ministra da Administração Interna de Cabo Verde
A ministra que se deslocava esta tarde para a ilha do Fogo descreveu, ainda, que “a situação é de relativa acalmia na movimentação de lavas mas essa movimentação pode recomeçar a qualquer momento". Por outro lado, Marisa Morais admitiu que "esta erupção pode durar dois a três meses", acrescentando que "não há certezas inequívocas nesse aspecto".
Marisa Morais, Ministra da Administração Interna de Cabo Verde (parte 2)
Marisa Morais disse, ainda, que há "cerca de 840 a 850 pessoas alojadas" nos centros criados para acolher a população, relembrando que além de "todo um conjunto de necessidades básicas, como a alimentação e higiene", as pessoas estão "muito angustiadas e vulneráveis" porque perderam "a casa e o meio de rendimento". "Está a ser possível reintegrar as crianças na escola", acrescentou.
Marisa Morais, Ministra da Administração Interna de Cabo Verde (parte 3)
A "tristeza de perda dos bens" é também testemunhada pela geóloga Sónia Silva, que descreveu à RFI as últimas conclusões da monitorização do terreno.
Sónia Silva, Geóloga (parte 2)
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