Presidente Burundês candidata-se a um terceiro mandato apesar das pressões
Os países membros do Conselho de Segurança da ONU iniciaram hoje consultas sobre a crise do Burundi mas, segundo diplomatas, é pouco provável que saia desta reunião alguma declaração formal dado que a Rússia se tem mostrado avessa até ao momento àquilo que vê como uma "intromissão nos assuntos constitucionais de um Estado soberano".
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Antes destas consultas, os embaixadores dos 15 países membros do Conselho de Segurança ouviram Saïd Djinnit, enviado especial da ONU no Burundi, o diplomata tendo qualificado de "tensa" a situação no terreno.
De facto, hoje apesar das pressões internacionais e nomeadamente da União Africana que considera que não há condições para se realizarem as presidenciais de 26 de Junho, o presidente cessante Nkurunziza entregou a sua candidatura a um terceiro mandato, num pano de fundo de grande contestação que já causou desde o 26 de Abril pelo menos 18 mortos em confrontos entre manifestantes e forças da ordem, bem como a deslocação de cerca de 50 mil pessoas, segundo dados da ONU.
Hoje o presidente burundês garantiu que a "insurreição" iria "ser dominada em breve", enquanto Pacifique Nininahazwe, líder da sociedade civil contra a nova candidatura presidencial considerava que "esta não é a altura de parar as manifestações, mas antes de torná-las mais fortes".
E' por conseguinte neste contexto que a comunidade internacional está a tentar estancar a crise, uma problemática que para além da ONU hoje, deve ser igualmente analisada pela comunidade da África de leste numa reuniao especial a ser organizada em princípio a 15 de Maio.
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