Papa leva mensagem de reconciliação a África
O Papa Francisco partiu esta quarta-feira para o Quénia para dar início à primeira etapa de uma viagem que inclui Uganda e República Centro-Africana, e que tem como objectivo promover a paz e a reconciliação em África.
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Como já aconteceu em visitas anteriores, o Papa Francisco voltou a escolher países que vivem momentos tensos para a sua 11ª viagem. No programa estão previstos 19 discursos e numerosos encontros com a população local.
A viagem acontece num momento delicado, devido às tensões que se vivem na Europa, mas também no continente africano. Depois dos atentados a Paris, a tomada de reféns no hotel Bamaco no Mali, ao jihadismo empenhado em destabilizar o equilíbrio em boa parte do mundo o Papa Francisco reconheceu que "estamos a viver um tempo em que os fiéis de cada religião e as pessoas de boa vontade são convidadas a promover a compreensão e o respeito recíprocos".
O Papa Francisco inicia uma viagem pelo Quénia e Uganda, dois países anglófonos, nos quais 32% e 47% da população, respectivamente, é católica.
Rita Martins, psicóloga e criadora da Fundação Hodi Kibera que ajuda crianças junto da capital queniana, Nairobi, disse à RFI que a populaçao está satisfeita por receber o Papa.
Rita Martins, psicóloga e ciadora da Fundação Hodi Kibera
Um dos momentos mais emblemáticos vai ser a abertura, no domingo, da porta santa da catedral de Bangui, capital da República Centro-Africana. Um gesto simbólico que antecipa a inauguração oficial em Roma de um Jubileu extraordinário, dedicado à "misericórdia" e ao perdão, convocado por Francisco para promover "a compreensão" e "o respeito" sem distinção de raça nem credo.
Apesar do Vaticano garantir que vai cumprir o programa estabelecido para Bangui, e que representa a etapa mais perigosa, onde está prevista uma visita à mesquita do bairro fortaleza muçulmano, há possibilidade mudanças de última hora, para enfrentar a violência entre milícias muçulmanas e cristãs e a insegurança.
As forças de segurança do Quénia, Uganda e República Centro-Africana adoptaram medidas de segurança para a visita de alto risco de cinco dia do papa Francisco.
Os governos queniano e ugandês anunciaram a mobilização de quase 10.000 policiais em Nairobi e Kampala, cidades nas quais o pontífice celebrará grandes missas ao ar livre.
A Organização das Nações Unidas anunciou que 300 capacetes azuis baseados na Costa do Marfim vão ser enviados à República Centro-Africana para apoiar os 12.000 elementos da Missão das Nações Unidas na República Centro-Africana (MINUSCA), responsáveis pela segurança durante a visita papal.
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