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República Democrática do Congo

RDC: Várias ONG exigem investigação sobre violências no Kasai

Várias ONG internacionais pediram, hoje, ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, o lançamento de uma investigação internacional sobre as violências registadas desde Setembro no Kasai, no centro da República Democrática do Congo. Há 1,3 milhões de deslocados e centenas de mortos.

As forças da Monusco, a 20 de Fevereiro de 2017, em Tshimbulu, na região de Kasai.
As forças da Monusco, a 20 de Fevereiro de 2017, em Tshimbulu, na região de Kasai. MONUSCO/Biliaminou Alao
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Em comunicado, mais de 200 organizações escreveram que “o Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas deveriam estabelecer uma comissão de inquérito de urgência sobre a situação na região central do Kasai". Entre os subscritores, destacam-se ONG como a Human Rights Watch e a Federação Internacional dos Direitos do Homem.

"As violências na região do Kasai provocaram inúmeros sofrimentos, as autoridades congolesas mostram-se incapazes ou pouco desejosas de travar a carnificina ou de fazer com que os responsáveis dos abusos prestem contas", acrescenta o documento.

As organizações pedem “um inquérito internacional independente” para “documentar os abusos, identificar os responsáveis e garantir a justiça para as vítimas”.

O comunicado é publicado antes da abertura, a 6 de Junho, em Genebra, na Suíça, da 35ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos.

Desde Setembro, a região do Kasai está a ser abalada pelos confrontos entre militantes do movimento Kamwina Nsapu e o exército, na sequência da morte do chefe tradicional dos Kamwina Nsapu, em Agosto, durante uma operação militar, após se ter revoltado contra as autoridades de Kinshasa.

De acordo com a ONU, as violências fizeram mais de 400 mortos e 1,3 milhões de deslocados, ainda que um deputado da oposição da região tenha falado em mais de 3.000 mortos.

O presidente da RDC, Joseph Kabila, está no Kasai desde esta terça-feira, sendo a primeira visita oficial na região, oito meses após o início das violências.

Na segunda-feira, a União Europeia pronunciou-se: “A crise no Kasai atingiu uma dimensão excepcional ao nível securitário, humanitário e de direitos humanos”, tendo decidido impor sanções a oito altos responsáveis do país - incluindo três ministros - e a um antigo chefe rebelde por “graves violações dos direitos humanos”, nomeadamente no Kasai. Esta lista junta-se a mais sete pessoas que são alvo de sanções desde dezembro de 2016.

 

A situação dos refugiados no Dundo, em Angola

Todos os dias continuam a chegar refugiados congoleses a Angola. Desde Abril, cerca de 30.000 pessoas fugiram do Kasai em direção a Angola, nomeadamente ao Dundo, na província da Lunda Norte.

Há cerca de duas semanas houve um fluxo de refugiados com “muitas pessoas feridas, membros amputados e queimaduras”, mas muitas pessoas continuam a chegar “andando dias e quilómetros para chegar a Angola”, de acordo com João Martins, responsável dos Médicos Sem Fronteiras em Dundo, que a RFI ouviu no sábado.

A província da Lunda Norte partilha 770 quilómetros de fronteira com a República Democrática do Congo, dos quais 550 terrestres e os restantes com limites fluviais.

 

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