O Supremo Tribunal do Quénia anulou a eleição presidencial do passado dia 8 de Agosto invalidando deste modo os resultados que davam a vitória com 54,27% ao Presidente cessante Uhuru Kenyatta. De acordo com a justiça queniana, foram constatadas "irregularidades", o processo não tendo decorrido a seu ver "em conformidade com a Constituição".
Para além de ter sido manchado por violências, com a morte de pelo menos 21 pessoas, o processo eleitoral foi igualmente marcado por acusações de fraude de diversas ordens: actas não autentificadas ou sem assinatura e até uma intromissão no sistema informático da Comissão Nacional de Eleições, estes foram alguns dos pontos sobre os quais se basearam os membros da oposição para pedir a anulação do escrutínio. A própria Comissão Eleitoral chegou a reconhecer aliás que tinha ocorrido algo de anómalo no seu sistema mas também referiu que isso não tinha alterado os resultados. Argumentos que visivelmente não convenceram o Supremo que dá agora à CNE, conforme estabelecido por lei, 60 dias para organizar novas presidenciais.
Ao recordar as circunstâncias em que se realizaram as eleições do 8 de Agosto, nomeadamente com o assassinato do responsável informático da CNE apenas alguns dias antes da votação, o analista moçambicano Silvério Ronguane, considera que a decisão anunciada hoje é muito importante para as instituições em África.
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