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Militares procuram saída que não "humilhe" Mugabe

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O presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, apareceu, em público, esta sexta-feira, dois dias depois de uma operação militar que o exército nega em chamar de golpe de Estado para não "humilhar o presidente histórico”. O destituído vice-presidente, Emmerson Mnangagwa, voltou ao país e deverá ser o próximo líder do Zimbabué, na opinião do investigador Fernando Jorge Cardoso.

Robert Mugabe em Harare, no Zimbabué. 17 de Novembro de 2017.
Robert Mugabe em Harare, no Zimbabué. 17 de Novembro de 2017. REUTERS/Philimon Bulawayo
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O presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, apareceu, em público, esta sexta-feira, numa universidade, dois dias depois de uma operação militar que o exército nega em chamar de golpe de Estado.

Fernando Jorge Cardoso, especialista em assuntos africanos do Instituto Marquês de Valle Flôr, também defende que “não é um golpe de Estado” porque “não foi derrubado o presidente”.

Se os militares chamassem a isto um golpe de Estado, incorreriam na possibilidade de serem sancionados pela União Africana e pelas organizações internacionais diversas e por vários países. Portanto, eles nunca chamarão a isto um golpe de Estado”, começou por explicar o analista.

ParaFernando Jorge Cardoso, “isto foi uma tomada de posição dos militares junto ao presidente Mugabe” para “afirmarem que ele não tem o apoio dos militares relativamente à demissão do vice-presidente Emmerson Mnangagwa” e para se oporem à “entrega do poder, após a saída dele, à mulher Grace Mugabe”.

Os militares “não querem humilhar o seu presidente histórico” e vão negociar uma saída do chefe de Estado de 93 anos “em Dezembro ou em 2018, se Mugabe estiver no lugar de presidente, será uma figura apagada”.

A solução deverá ser a passagem de poder para o destituído vice-presidente, Emmerson Mnangagwa, que já voltou ao país: “Mnangagwa parece-me ser a figura lógica que vai assumir o poder do Zimbabué proximamente. O que creio que Mnangagwa irá fazer é tentar convencer os seus credores e as instituições multilaterais, particularmente, o Fundo e o Banco Mundial e vai tentar fazer uma aproximação ao Reino Unido (…) para que o Zimbabué saia da ostracização a que está votado.”

Na opinião deste investigador, “não há nenhum contágio que seja possível para Angola, para a Zâmbia, para Moçambique ou para a África do Sul”.

Oiça a entrevista completa clicando na imagem principal.

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