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Política/Tunísia

Tunísia: nova contestação sete anos depois de queda de Ben Ali

Sete anos depois da queda do Presidente Zine El Abidine Ben Ali, os tunisinos continuam nas ruas para manifestar o seu descontentamento em relação à gestão do país.

Tunisinos manifestam sete anos  depois da queda Ben Ali,em  Tunes a 14 de Janeiro de 2018
Tunisinos manifestam sete anos depois da queda Ben Ali,em Tunes a 14 de Janeiro de 2018 REUTERS/Zoubeir Souissi
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A pacífica transição democrática, depois da destituição de Ben Ali , não foi suficiente para restabeler a confiança no país norte-africano, cuja economia atravessa um período de dificuldades, caracterizado nomeadamente por uma elevada taxa de desemprego,no seio das camadas jovens.

Tunes,capital do país, tornou-se o epicentro da decepção popular tunisina.

Centenas voltaram às ruas de Tunes, para reclamar dignidade e liberdade.Sete anos depois da chamada Primavera árabe, o descontentamento volta a manifestar-se em Tunes e noutras cidades da Tunísia.

No domingo, respondendo, entre outros, ao apelo do importante sindicato UGTT (União Geral dos Trabalhadores Tunisinos),várias centenas de pessoas desfilaram em sinal de protesto nas ruas da capital tunisina e designadamente na emblemática Avenida Bourguiba, no centro, reclamando dignidade e liberdade.

A manifestação de Tunes, visava assinalar o sétimo aniversário da queda do antigo presidente Zine El Abidine Ben Ali, no dia 14 de Janeiro de 2011.

Para além dos sindicatos participaram também nos protestos alguns partidos políticos e organizações cívicas. Manich Msamah ( Eu não perdoarei), colectivo de cidadãos, acenou fotografias de tunisinos mortos durante a Primavera árabe em 2011.

Insatisfeitos perante a falta de segurança e a degradação da situação económica , sete anos depois da destituição de Ben Ali, actualmente no exílio na Arábia Saudita os tunisinos manifestam desde a semana passada contra uma nova lei de finanças, que segundo eles agrava a austeridade económica.

Vários manifestantes interrogados, consideram que eles ganharam a democracia, mas continuam a passar fome.

O governo prometeu um plano de acção social de mais de 70 milhões de dinars (o equivalente de 23,5 milhões de euros), que deveria abranger 120.000 beneficiários.

A Tunísia enfrenta dificuldades financeiras devido nomeadamente à baixa das receitas no sector do turismo, motivada por problemas de seguranças que fizeram com que os turistas estrangeiros optassem por outros destinos.

O Fundo Monetário Internacional(FMI) concedeu recentemente à Tunísia um empréstimo de 2,4 mil milhões de euros para relançar a economia.

Em troca o país norte-africano comprometeu-se a reduzir o seu déficit público e a encetar reformas.

O movimento social que tem agitado a Tunísia, emergiu no início deste ano de 2018, por intermédio de um apelo feito pelo colectivo Fech Nestannew ( De que é que estamos à espera?), cujos instigadores, oriundos da sociedade civil,reclamam mais justiça social no país.

 

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