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Quénia / Eleição

Quénia : Raila Odianga prestou juramento em Nairobi

O líder da oposição do Quénia, Raila Odinga, prestou hoje juramento como "Presidente do Povo", apesar da ter perdido as eleições presidenciais de 2017. As autoridades do país consideram este acto uma traição, os observadores internacionais estimam que é um gesto cujas consequências são imprevisíveis, e o centro de análise política International Crisis Group adverte que as tensões que se vivem neste país há cerca de três meses, podem conduzir a "um banho de sangue".

Raila Odinga prestou sermão como "Presidente do Povo"
Raila Odinga prestou sermão como "Presidente do Povo" DR
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Foi diante de milhares de pessoas, reunidas em pleno centro de Nairobi, capital queniana, que Raila Odinga prestou hoje juramento.

“Eu, Raila Amolo Odinga, assumo a função de Presidente do Povo da República do Quénia. Nós cumprimos a promessa", disse Raila Odinga, durante uma cerimónia curta e desordenada, que os 'media' ficaram proibidos de cobrir.

O anúncio duma cerimónia de tomada de posse fez recear novas violências no país, mas estas não se verificaram.

Raila Odinga, de 72 anos, recusa aceitar a derrota na eleição presidencial de 2017, e reconhecer a reeleição do Presidente cessante, Uhuru Kenyatta. Segundo afirma o opositor queniano, "roubaram-lhe" a eleição.

Os observadores afirmam, no entanto, que a investidura é pouco clara, pois Raila Odinga não prestou juramento como Presidente, como prevê a Constituição, mas como "Presidente do Povo".

Um comerciante queniano, que pediu o anonimato, afirmou à AFP que "a cerimónia de investidura tinha apenas um valor simbólico. Faz bem às pessoas sentirem que foram escutadas".

Recorde-se que as eleições presidenciais quenianas decorreram em 2017. O primeiro voto ocorreu no dia 8 de Agosto, e o vencedor foi Uhuru Kenyata. Porém,devido às numerosas fraudes que marcaram essa eleição, o escrutínio foi anulado pelo Supremo Tribunal – uma decisão histórica no Quénia – e foi agendado um novo escrutínio para 26 de Outubro.

Na sequência dessa decisão, apesar dos pedidos da oposição no sentido de se alterar a composição da Comissão Nacional de Eleições que a seu ver não tinha condições para conduzir um processo de votação credível, o quadro político não foi alterado. Por conseguinte, a segunda votação acabou por ser boicotada por Raila Odinga e, na ausência de adversário, o Presidente Uhuru Kenyatta foi reeleito, com 98 % dos votos exprimidos, tendo tomado posse no fim do mês de Novembro.

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