Do adeus a José Eduardo dos Santos, passando, pelas próximas eleições no Mali, até ao poder brutal de Trump e os radicais que criticam Macron, são alguns dos destaques desta imprensa semanal.Obrigado e tchau, dos Santos, é a capa do Africa CONFIDENTIAL, descrevendo a ignomínia que enfrenta o antigo clã no poder em Angola, mas a nova equipa do presidente Lourenço dispõe de pouco tempo para imprimir credibilidade e mudar a política até agora praticada.Com o encolhimento dos interesses dos negócios da família e os seus apoiantes políticos em debandada, José Eduardo dos Santos, está a perder o último reduto do império que construiu durante mais de 38 anos, a presidência do partido no poder, Movimento Popular de Libertação de Angola.A 27 de abril, o bureau político do partido aprovou formalmente a candidatura do actual chefe de estado, João Lourenço, para substituir o seu predecessor como presidente do MPLA num congresso extraordinário em setembro.JES, defendeu sem qualquer sucesso o seu mandato, pelo menos até abril de 2019, alegando que as eleições municipais previstas para 2020 são tão importantes que exigem a sua permanência à frente do partido, mas a sua proposta foi rejeitada na reunião de 16 de março do comité central. Figuras séniores do MPLA, demarcam-se sem remorsos do ex-presidente dos Santos, casos de um dos seus aliados, Norberto Garcia, antigo porta-voz do partido, Anabela Dinis, António Paulo Kassoma, Roberto Leal Monteiro 'Ngongo' ou Santa André Pitra "Petrof".O barco de JES afunda-se ainda mais, com outros nomes, antigos apoiantes do ex-presidente, a passar para o campo do actual chefe de Estado, como Aldemiro Vaz da Conceição, novo director do gabinete de informação da presidência, Albina Assis Africano, José Maria Botelho de Vasconcelos e Assunção dos Anjos, agora apontados por João Lourenço como membros do Conselho da República.Apenas os mais próximos, especialmente, a filha "Tchizé" dos Santos, continuam a defender o pai da família. Isabel dos Santos, filha mais velha do presidente, foi corrida da presidência da Sonangol em novembro de 2017 e logo em fevereiro, o seu sucessor Carlos Saturnino, acusou-a de ter desviado verbas da empresa nacional para empresas de que é proprietária e transferiu 57 milhões de dólares para uma conta num banco de Dubai, pertencente a uma das suas empresas, Esperanza. Está em curso um inquérito do ministério público angolano!O seu irmão José Filomeno dos Santos, ex-patrão do Fundo soberano nacional, está igualmente a ser investigado pela transferência de modo impróprio de 500 milhões de dólares para uma conta no banco central de Londres, soma que foi bloqueada e devolvida às autoridades de Angola, nota AFRICA CONFIDENTIAL.Por seu lado, o semanário JEUNE AFRIQUE, destaca Angola, Luanda vê grande. A era Macron/Lourenço abre novas perspectivas e Patrick Pouyanné, PCA francês da empresa Total assinou em dezembro vários acordos com Carlos Saturnino, novo presidente da Sonangol.Multiplicando interlocutores na cena internacional, Luanda reafirma a sua vontade em precaver-se contra qualquer ingerência e Lisboa passou as passas do Algarve por causa disso. As suas relações ficaram tensas quando Portugal abriu um processo para julgar Manuel Vicente, antigo vice-presidente angolano acusado de corrupção.Mas, João Lourenço, quer também continuar a contar com os seus parceiros históricos, Rússia e China e parece querer reforçar as relações com os Estados Unidos, nota a JEUNE AFRIQUE.Uma JEUNE AFRIQUE, que no entanto fez a sua capa com Mali, Soumeylou Boubèye Maïga, primeiro-ministro, trunfo no baralho de cartas do presidente, que quer ser reeleito nas próximas presidenciais de julho tidas como muito difíceis.Black Blocs, Indígenas da República, Geração identitária, os ultras que desafiam Macron, tema de capa do L'OBS. Estamos vigilantes em relação a uma parte da juventude perdida e capaz de bloquear as Universidades, afirma o secretário-geral do Eliseu. O presidente considera que todas as formas de radicalização são sintomas duma distenção do espírito nacional, afirma outro conselheiro no Eliseu, citado pelo L'OBS.Os homens estão ultrapassados? é a pergunta de capa do LE POINT, sobre o livro da filósofa Laeticia Bonart, que reconhece que ainda há desigualdades de sexo, mas perspectiva um homem ocidental obsoleto e que a mulher sairá vencedora em todos os tabuleiros, nomeadamente, económico.Enfim, LE COURRIER INTERNATIONAL, destaca a diplomacia do caos de Trump. Mudanças climáticas, comércio livre, Irão, o novo presidente americano destrói todos os compromissos negociados antes dele e jura que irá fazer melhor, mas são promessas que nunca cumprirá, escreve New York Times, citado por COURRIER INTERNATIONAL.
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O destaque desta revista de imprensa semanal vai para a relação entre o Executivo francês, encabeçado pelo Presidente Emmanuel Macron, e os países africanos do Sahel, isto após a morte de Idriss Déby, Presidente do Chade.01/05/202106:44 -
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