Migrantes do "Lifeline" vão ser acolhidos em oito países europeus
O navio humanitário “Lifeline” vai atracar esta quarta-feira em Malta, anunciou o primeiro-ministro maltês, Joseph Muscat. O navio da ONG alemã "Lifeline" transporta, há uma semana, 233 migrantes resgatados ao largo da Líbia que vão ser acolhidos por oito países europeus.
Publicado a:
Oito países europeus acabaram por aceitar acolher os migrantes: Malta, Portugal, França, Itália, Espanha, Luxemburgo, Bélgica e Holanda. O acordo surge depois de um grupo de eurodeputados ter visitado o navio, incluindo o português João Pimenta Lopes, que falou numa situação humanitária “dramática”.
Este é a segunda embarcação de uma ONG a vogar em torno das costas europeias, poucos dias depois do navio Aquarius que ancorou em Espanha.
O presidente francês, Emmanuel Macron, considerou que as ONGs que resgatam os migrantes no Mediterrâneo estão a ser manipuladas pelos passadores. Palavras que ecoam com as que foram ditas por Matteo Salvini, ministro italiano do Interior e líder da extrema-direita, que defendeu que certas ONGs são “cúmplices, consciente ou inconscientemente, dos traficantes”.
As ONGs respondem que cumplicidade com os passadores passa, pelo contrário, por criminalizar o resgate de pessoas em perigo e fechar as fronteiras.
A agência France Presse descreve que, ao largo da Líbia, os traficantes se aperceberam que não é preciso investir em navios capazes de chegar às costas italianas e que se limitam a sobrecarregar barcos de borracha, deixando a uma das pessoas a bordo um telefone para emitir uma chamada de emergência e para serem socorridos.
O tema divide os europeus, na véspera de uma cimeira sobre política de asilo e crise migratória. A chanceler alemã, Angela Merkel, já avisou que não será possível ter um acordo global até sexta-feira.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro