As alterações climáticas e a vaga de calor extremo e catástrofes naturais estão em destaque no Libération e La Croix. O caso do conselheiro presidencial francês, filmado a espancar um manifestante, continua a preencher os jornais que destacam, também, a vitória de Geraint Thomas na Volta a França em bicicleta.
“Da Califórnia ao Japão, passando pela Suécia ou pela França, as vagas de calor extremo multiplicam-se, com consequências directas e cada vez mais dramáticas sobre o ambiente e a saúde” – o alerta é dado logo na primeira página do jornal Libération.
No editorial, o diário explica que um pico histórico de 52,9 graus Celsius foi registado a 24 de julho no Death Valey, na Califórnia, o estado norte-americano que luta há uma semana contra incêndios devastadores.
Para contrariar o calor extremo, o La Croix explica, na capa, que as cidades francesas estão à procura de soluções. Por exemplo, mais espaços verdes, menos ar condicionado, abandono do alcatrão e limitar a utilização de carros para reduzir o CO2.
Macron em Portugal, 'Benallagate' em França
O diário também chama a editorial de primeira página a visita do presidente francês, Emmanuel Macron, a Lisboa, na sexta-feira. “Macron, o desafio europeu” é o título do texto que recorda que o chefe de Estado francês explicou na Fundação Gulbenkian a sua visão da Europa, dividida em três círculos, nos quais a França seria “o coração do reactor”, nas palavras de Macron.
Na manchete do Aujourd’hui en France está a agressão de uma jovem de 22 anos, em Paris, depois de ter respondido a um individuo que a assediou na rua. O vídeo da agressão tornou-se viral nas redes sociais numa altura em que a legislação sobre as violências sexistas vai ser reforçada.
No Libération, destaque ainda para uma reportagem sobre os refugiados paquistaneses, afegãos e sírios que tentam chegar à Europa através da fronteira bósnio-croata, um novo itinerário difícil já que a conhecida rota dos Balcãs está fechada desde 2016.
Em França, o caso Benalla continua a preencher os jornais. O Libération explica que o ex-conselheiro presidencial, que foi filmado a espancar um manifestante, declarou ao Journal du Dimanche que não cometeu nenhuma infracção e que está a haver um complot contra ele.
O L’Humanité escreve que “numa ofensiva mediática digna do 'sarkozismo', Alexandre Benalla deu entrevistas a três 'media’”, avançando com explicações que contradizem as imagens divulgadas no Libération.
Mas a manchete do L’Humanité é a libertação de Ahed Tamimi, a adolescente palestiniana que estava presa desde Dezembro numa cadeia israelita. Aos 16 anos, Tamimi foi detida depois da divulgação de um vídeo nas redes sociais em que ela tentava expulsar soldados israelitas do seu quintal, tentando dar-lhes estaladas. O L’Humanité explica que há 300 menores palestinianos atras das grades israelitas.
Eleições no Zimbabué, no Mali e amor proibido na África do Sul
O La Croix titula “O Zimbabué num momento de mudança”. O jornal escreve que “cheios de esperança, os cidadãos viram hoje uma página ao elegerem o seu próximo presidente”. O anterior, Robert Mugabe, liderou o país entre 1980 e 2017.
O Libération alerta que Mugabe deu a entender que vai votar no líder da oposição e não no seu antigo braço direito, Emmerson Mnangagwa, que o substituiu em Novembro.
O L’Humanité também diz que “uma nova página pode escrever-se sem Robert Mugabe”.
O jornal noticia, ainda, que há “condenações à morte em cadeia” no Egipto. No sábado, foi pronunciada a pena capital contra 75 pessoas, próximas ou fazendo parte da irmandade muçulmana.
Outra eleição, no Mali. O Le Figaro descreve que os malianos votaram para avaliar a presidência de Ibrahim Boubakar Keïta e que apesar do importante dispositivo policial, foram assinalados incidentes no norte e no centro do país.
O Le Monde conta, em duas páginas, uma história de amor proibida na Africa do Sul do apartheid.
Geraint Thomas, “o príncipe de Gales” num ‘Tour’ entre “guerra e paz”
No desporto, o tema em destaque é a vitória do britânico Geraint Thomas no Tour de France que terminou este domingo em Paris.
O L’Equipe coloca-o na primeira pagina e titula “o príncipe de Gales”, ainda que explique, nas páginas interiores, que o clima da prova foi de guerra e paz face à hostilidade contra a equipa Sky.
O Libération escreve que "a prova está envenenada pelo dinheiro, numa edição em que houve suspeitas de doping e desinteresse do público". O jornal explica, por exemplo, que os franceses da equipa Fortuneo-Samsic tinham 3,5 milhões de euros em 2017 enquanto a Sky, vencedora das seis últimas edições do ‘Tour de France’, tinha um orçamento dez vezes superior.
O Le Monde completa que "nunca uma equipa estrangeira tinha inspirado tanta desconfiança ou mesmo hostilidade".
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