África Sul: arrancou a investigação "captura do Estado"
Na África do Sul, em Joanesburgo, começou hoje a investigação sobre a “Captura do Estado”, o maior escândalo de corrupção que envolve o ex-chefe de Estado Jacob Zuma e que o levou a abandonar o cargo.
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Trata-se da presumível ligação entre ministros do governo de Jacob Zuma e a riquíssima família de homens de negócios, os Gupta. De acordo com o ministro das Finanças, milhares de euros desapareceram dos cofres do Estado e foram parar aos bolsos da família “Gupta” com a cumplicidade de Jacob Zuma.
Na África do Sul a investigação sobre “captura do Estado” representa o maior escândalo que envolve o antigo Presidente. Trata-se da pilhagem sistemática dos cofres do Estado pelos Gupta com a ajuda do ex-Presidente e dos seus ministros.
A família de homens de negócios chegou a nomear ministros, escolher presidentes de empresas públicas que lhe eram “favoráveis” ou influentes nas escolhas políticas do governo.
O escândalo foi tornado público há dois anos pela mediador da República no seu relatório, uma investigação que o ex-chefe de Estado tentou silenciar a todo o custo.
Dois anos de inquérito
Jacob Zuma foi obrigado a demitir-se no início deste ano e a justiça acabou por tratar o dossier e criou uma comissão de inquérito.
Esta segunda-feira, várias personalidades são chamadas a testemunhar, nomeadamente o ministro-adjunto das Finanças, Mcebisi Jonas, a quem os Gupta ofereceram 40 milhões de euros para retomar o ministério do Tesouro na condição de “trabalhar para eles”.
O inquérito que deve durar ainda mais dois anos irá apenas emitir recomendações. Resta saber se a polícia e o Procurador da República se vão ocupar deste caso e se vão abrir um inquérito judiciário.
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