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Ciência

Nova rede social aposta em “sistema económico mais justo”

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Uma rede social de entreajuda, chamada “Indigo”, vai ser oficialmente lançada em França, em Novembro, e depois vai ser apresentada em Portugal, na Grécia e na Costa do Marfim. A ideia é de Stéphane de Freitas, um francês com origens portuguesas, que fala na “primeira rede social mesmo social” e que é baseada num “sistema económico mais justo”.

Rede social Indigo vai ser oficialmente lançada em Novembro.
Rede social Indigo vai ser oficialmente lançada em Novembro. https://www.facebook.com/IndigoCommunity/
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Tive o privilégio de ser convidado, no início deste ano, para o salão VivaTech (Paris) e pude falar no palco logo após o Mark Zuckerberg. Anunciei que a Indigo podia ser a primeira rede social mesmo social. Hoje, as redes sociais só fazem ‘business’, mas há 600 milhões de pessoas que, no dia-a-dia, nem sequer podem ter acesso a comida ou roupa ou coisas elementares para a vida delas”, explica Stéphane de Freitas.

A rede “Indigo” vai chegar ao público depois de uma fase de testes de dois anos e meio, em que estiveram inscritas 24.000 pessoas. A tecnologia nasceu graças a um projecto de financiamento participativo na internet que teve o apoio da Microsoft. Na origem da rede esteve a associação La Coopérative Indigo, criada por Stéphane de Freitas, cujo objectivo era facilitar os laços sociais e contrariar as deigualdades sociais. O artista e “empresário social” tentou imaginar “o sistema económico mais justo que pudesse existir”.

Fui ver economistas, alguns conhecidos, e eles disseram-me que este sistema se um dia existisse, seria uma revolução e realmente um meio para mudar o mundo, mas que era uma utopia, um sonho”, contou.

A rede substitui o dinheiro pela entreajuda. Um membro pode oferecer um bem ou um serviço a alguém ou a uma associação que necessite e ganha pontos. Quantos mais pontos tiver, mais facilmente também poderá aceder a outros bens e serviços que ele próprio precise.

Stéphane de Freitas, de 32 anos, acredita que a sua geração é capaz de mudar “uma sociedade em pirâmide para algo muito mais colaborativo” graças, também, à forma como domina a internet.

Além de França, onde nasceu, o jovem decidiu lançar oficialmente a aplicação em Portugal, Grécia e Costa do Marfim devido ao espírito de solidariedade que considera existir nesses países.

Actualmente, Stéphane de Freitas está a preparar um documentário, intitulado "Solidarité", e que é financiado pela Netflix. O filme acompanha a história de cinco militantes associativos no Mali, Brasil, Nova Iorque e França e conta com a participação dos músicos Youssou N’Dour, Fatoumata Diawara, Ibrahim Maalouf, Seu Jorge, M, Nekfeu, entre outros.

O realizador foi nomeado, este ano, para os prémios do cinema francês Césars na categoria de “Melhor Filme Documentário” com o filme “À voix haute : La Force de la parole”. Quando saiu na internet, em 2016, o filme teve mais de um milhão de visualizações em sete dias.

O documentário retrata o concurso de eloquência e uma pedagogia para a oralidade que ele criou e que foram adoptadas por 60 escolas em França e 100 novas escolas devem fazê-lo em breve, tendo o conceito sido exportado para outros países.

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