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Nigéria

Nigéria: Muhammadu Buhari reeleito com 53% de votos

A Comissão Eleitoral anunciou a vitória do Presidente cessante Muhammadu Buhari com quase 56% de votos, o seu opositor Atiku Abubacar com 41% de votos fala de "paródia de eleição" e vai impugnar os resultados eleitorais.

Presidente cessante Muhammadu Buhari, reeleito para um novo mandato de 4 anos
Presidente cessante Muhammadu Buhari, reeleito para um novo mandato de 4 anos REUTERS/Afolabi Sotunde/File Photo
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Menos de 40% dos 84 milhões de eleitores inscritos votaram dia 23 de Fevereiro, mas tudo indica que o ex-general Muhammadu Buhari do Congresso dos Progressistas com 56% de votos vai dirigir os destinos da Nigéria nos próximos 4 anos, mesmo se o empresàrio milionário Atiku Abubakar do Partido Democrático do Povo que obteve 41%, denuncia fraude massiva e garante que vai impugnar os resultados eleitorais da "paródia de eleição".

Apenas cerca de 4 milhões de votos separam os dois candidatos.

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Muhammadu Buhari com 56% de votos é o novo Presidente da Nigéria

O Presidente cessante Muhammadu Buhari, empresário de 76 anos (com problemas de saúde que o fizeram ausentar-se frequentemente ao Reino Unido para tratamento no último mandato), que jà dirigiu os destinos da Nigéria em 1983 durante a ditadura militar, venceu graças aos votos dos seus bastiões tradicionais do norte do país densamente povoados e já garantiu que a eleição foi livre e transparente e prometeu intensificar os seus esforços em termos de segurança, na reestruturação da economia e no combate feroz à corrupção.

Acolhido como o "messias" há 4 anos, na primeira alternância democrática, após 16 anos de governo do PDP, o seu primeiro mandato sob o lema do combate à corrupção endémica, acabou sendo muito criticado nos domínios da segurança e da economia, devido à pior recessão registada dos últimos 25 anos registada em 2016, com os seus adversários a acusá-lo de promover uma "caça às bruxas" disfarçada em luta contra a corrupção.

Enquanto Atiku Abubakar de 72 anos, é um empresário milionário, considerado um dos políticos mais corruptos do país e indiciado de desvio de fundos quando foi foi vice-Presidente da Nigéria entre 1999 e 2007, o seu partido -PDP - dos dois ex Presidentes Olusegun Obasanjo e Goodluck Jonathan, governou o país durante 16 anos, mas Atiku não conseguiu unanimidade na região ioruba no sudoeste, onde o partido no poder manteve a maioria, nem no sudeste igbo, tendo vencido em quase todos os Estados do extremo sul cristão.

Os dois ultra favoritos entre os 73 candidatos às eleiçoes presidenciais, são ambos muçulmanos da etnia Haússa, num pais dividido entre o sul maioritariamente cristão e o norte muçulmano e assolado pela violência intercomunitária e a criminalidade.

Atiku Abubakar e o seu partido vão agora reunir provas de fraude e constituir um dossier, devendo apresentar recurso junto do Supremo Tribunal de Justiça, ora algumas semanas antes do voto, o Presidente Buhari suspendeu Walter Onnoghen de presidente deste orgão judicário, encarregue precisamente de decidir sobre eventuais ilícitos eleitorais, como acusações de corrupção e substituiu-o por Muhammad Tanko, um jurista do norte do país, tal como o Presidente Buhari.

Na manhã desta quarta-feira (27/02) o grupo de vigilância da sociedade civil Situation Room que colocou cerca de 8.000 observadores no terreno durante o escrutínio, pediu explicações sobre 1 milhão de votos anulados em 18 Estados e pede aos partidos e candidatos que utilisem os recursos legais, temendo uma escalada de violência que desde a eleição já causou pelo menos 53 mortos.

Os observadores locais e da União Europeia sublinharam problemas "graves" na organização do voto.

O sudeste petrolifero da Nigéria, que posssui reservas de petróleo e gás estimadas em 70 mil milhões de barris, figura entre as 10 maiores reservas do mundo, produz cerca de 2 milhões de barris por dia e é alvo de frequentes ataques de grupos rebeldes armados e continua pobre e sub-desenvolvido, pelo que a população exige uma melhor distribuição da riqueza gerada pelo petróleo.

Enquanto no Estado de Borno no nordeste da Nigéria continua o conflito armado com os jihadistas de Boko Haram, que causaram a fuga de mais de 2 milhões de nigerianos.

A Nigéria é a maior nação africana, com 190 milhões de habitantes dos quais 87 milhões vivem abaixo do limiar da pobreza - com menos de 2 dólares por dia - apesar de ser o primeiro produtor de petroleo em África, que representa 70% das receitas públicas e 90% das receitas de exportações, o país é minado pela corrupção e pela miséria e mais de 60% da populaçao tem menos de 30 anos.

Segundo o índice de percepção da corrupção avaliado pela ong Transparência Internacional a Nigéria figura no posição 144 nos 180 países analisados.

A eleição dos governadores dos 36 estados federais e de Abuja està agendada para 9 de Março.

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