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Sudão

Sudão: militares e sociedade civil de costas voltadas

Aumentou hoje um pouco mais a tensão no Sudão, depois do Conselho Militar de Transição, entidade que provocou a queda de Omar el-Bechir no 11 de Abril, ter reiterado a sua exigência de que os manifestantes da sociedade civil e da oposição ponham fim à concentração que mantêm desde o começo do mês diante do seu quartel geral em Cartum, a capital.

Manifestantes diante do Ministério da Defesa em Cartum, ontem, na noite do 21 de Abril de 2019.
Manifestantes diante do Ministério da Defesa em Cartum, ontem, na noite do 21 de Abril de 2019. REUTERS/Umit Bektasa
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Apesar de ainda ontem, numa entrevista televisiva, o chefe do Conselho Militar de Transição, o general Abdel Fattah al-Burhane ter aumentado a pressão ao condenar o bloqueio da circulação pelos manifestantes, argumentando que "tal não pode continuar" e que "a segurança é da responsabilidade do Estado", os protestos não só continuaram, como os opositores apelaram à intensificação do movimento.

Com efeito, na sequência de uma tentativa de diálogo com o Conselho Militar de Transição, os membros da oposição consideraram que as suas promessas de restituir o poder à sociedade civil eram demasiado vagam, o Conselho Militar tendo sido inclusivamente acusado de ser "o prolongamento do regime de Omar el-Bechir".

Por sua vez, o poder militar que afirmou ontem ter encontrado o equivalente de 113 milhões de Dólares na residência do Presidente deposto, tornou a vincar que iria responder às reivindicações da população durante esta semana.

Diante desta situação de incerteza, o Egipto que assume actualmente a presidência rotativa da União Africana jà anunciou que vai ser organizada esta Terça-feira no Cairo uma cimeira urgente sobre o Sudão, a par de outra cimeira, desta vez sobre a Líbia, país igualmente abalado pelo recrudescimento da violência. Mais pormenores aqui.

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Militares e sociedade civil de costas voltadas

De referir que desde a queda do presidente Omar el Bechir, a comunidade internacional, nomeadamente a ONU, a União Africana e a União Europeia têm dado conta da sua preocupação perante um eventual resvalar da situação para a violência e apelaram à restituição rápida do poder aos civis. Até agora, as únicas entidades que apoiaram abertamente o novo poder em Cartum, têm sido a Arábia Saudita e Abu Dhabi que ainda ontem indicaram ter depositado 500 milhões de Dólares no Banco Central Sudanês e ter desbloqueado 2,5 mil milhões de Dólares de ajuda em víveres destinados à população sudanesa.

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