Maláui: eleições gerais com suspense
Cerca de 6,8 milhões de eleitores são hoje chamados às urnas no Maláui para eleger o seu novo Presidente e os seus deputados. O Presidente cessante Peter Mutharika, 78 anos, briga um segundo mandato de 5 anos face a 7 rivais. Entre eles destacam-se o seu Vice-presidente, Saulos Chilima, que no ano passado criou o seu próprio partido, assim o chefe do principal partido de oposição, Lazarus Chakwera.
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Trata-se de uma eleição com desfecho imprevisível dominada pela temática da luta contra a corrupção, um imperativo sobretudo enunciado pelos candidatos de oposição. Durante a sua campanha, o Presidente cessante Peter Mutharika preferiu destacar as melhorias nas infra-estruturas, particularmente as estradas. "Colocamos o Maláui sobre o caminho do progresso" considerou Mutharika que, aquando da sua chegada ao poder tinha, tal como os seus adversários agora, colocado a luta contra a corrupção no topo da sua agenda.
Todavia, durante a sua presidência, o seu nome ficou ligado a um caso de alegados subornos no valor de 3,9 milhões de Dólares, algo que os seus adversários nestas eleições fizeram questão de recordar. O seu Vice-presidente, Saulos Chilima, membro do Partido Democrático Progressista no poder, deixou esta estrutura e criou a sua própria formação no ano passado. Aos 46 anos, ele procurou atrair sobretudo o eleitorado jovem num país onde a faixa dos menos de 35 anos representa mais de metade da população.
Por sua vez, o antigo pastor evangélico Lazarus Chakwera, 64 anos, chefe do partido do Congresso do Maláui do antigo ditador Hastings Banda, que também colocou a luta contra a corrupção nas suas prioridades, conta com alguns outros trunfos. Para além do apoio de peso da antiga presidente Joyce Banda, o chefe da oposição tem no seu passivo bons resultados aquando da anterior eleição, em 2014, tendo tido apenas 450 mil votos a menos que Mutharika naquela altura.
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Maláui: eleições gerais com suspense
No Maláui, país com uns 18 milhões de habitantes, metade a população vive abaixo do limiar da pobreza e apenas 11% dos habitantes têm acesso à electricidade. Embora nos últimos cinco anos as infra-estruturas tenham conhecido melhorias e a taxa de inflação tenha baixado de 23 para 9%, o crescimento económico diminuiu de 5,7 para 4% segundo o Fundo Monetário Internacional.
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