Livre-comércio e segurança dominam cimeira da UA
A Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana começou, este domingo, em Niamey, capital do Níger. A cimeira marca o arranque oficial do Acordo de Livre-Comércio Continental Africano.
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O Acordo pretende estabelecer o maior mercado do mundo, com um Produto Interno Bruto acumulado que pode chegar aos 2,5 biliões de dólares (cerca de dois biliões de euros).
A Nigéria e o Benim assinaram o acordo este domingo.
Entre os países que o ratificaram contam-se potências comerciais como a África do Sul, Quénia ou Egito.
Entre os países lusófonos, o acordo foi apenas ratificado por São Tomé e Príncipe.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde anunciou, na sexta-feira, que o país está num "processo normal de ratificação", garantindo que o acordo "já foi aprovado em Conselho de Ministros", faltando o aval do parlamento e do Presidente da República.
Na cimeira, Angola está representada pelo ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, Guiné-Bissau pelo Presidente do país, José Mário Vaz, e Moçambique pela vice-ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Maria Manuela dos Santos Lucas.
A segurança é outro dos temas em agenda.
Em entrevista à RFI e France24, o presidente do Níger, Mahamadou Issoufou, sublinhou que a luta contra o terrorismo no Sahel é um combate também mundial, e pediu mais apoio logístico para uma força conjunta, ou então, uma coligação internacional para lutar contra o Estado Islâmico na região.
“Não lutamos só por nós. Aqui, no Sahel, lutamos pelo mundo inteiro e acredito que vamos convencer os nossos parceiros americanos.
O Níger vai utilizar a sua posição de membro não permanente do Conselho de Segurança, a partir de 2020, para sublinhar isto.
É preciso um financiamento perene e multilateral para esta força.
Olhem a Minusma, no Mali: ela é financiada pelas Nações Unidas em mil milhões de dólares.
Não precisamos de mil milhões de dólares para fazer funcionar a força conjunta.
Basta que nos dêem uma parte dos recursos para tornar a força conjunta operacional.
Senão, o que propomos é que haja uma coligação internacional de países para lutar contra o terrorismo no Sahel, como houve uma coligação internacional para lutar contra o Daesh no Médio Oriente.”, afirmou o Presidente nigeriano, Mahamadou Issoufou.
Oiça aqui as declarações do Presidente nigeriano, Mahamadou Issoufou:
Mahamadou Issoufou, Presidente do Níger
Angola e São Tomé Príncipe acertam posições sobre zona de livre-comércio
Angola e São Tomé e Príncipe acertaram posições sobre questões ligadas ao funcionamento da União Africana (UA), nomeadamente o projeto de restruturação da organização, a relação com as Comissões Económicas Regionais, e as perspetivas da Zona de Livre-Comércio.
Numa nota, enviada hoje à agência Lusa, o Ministério das Relações Exteriores angolano dá conta de que a reunião de sábado entre o chefe da diplomacia de Angola, Manuel Augusto, e a homóloga são-tomense, Elsa Pinto, decorreu à margem da 12.ª Cimeira Extraordinária da UA, que decorre em Niamey até segunda-feira.
Segundo o documento, Angola encontra-se numa fase de preparação dos procedimentos internos para a ratificação do acordo de criação da Zona de Comércio Livre Africana, depois de ter assinado o documento em marco de 2018, em Kigali, numa sessão extraordinária de chefes de Estado e de Governo da UA.
São Tomé e Príncipe, por seu lado, que integra o grupo de países que ratificaram a convenção, espera que a implementação do acordo traga uma "nova perspetiva" para o crescimento africano e que "reduza as assimetrias”.
Segundo o comunicado, Elsa Pinto realçou que, para os países apreciarem aspetos ligados à cooperação bilateral e, na qualidade de membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), é "importante ter um alinhamento sobre determinadas questões".
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