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20 anos de Mohamed VI no poder em Marrocos

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Faz hoje 20 anos que o Rei Mohamed VI acedeu ao trono de Marrocos, depois da morte do pai Hassan II, a 23 de Julho de 1999. Chamado num primeiro tempo pelos marroquinos de "Rei dos pobres", por pretender ser um soberano mais próximo do povo, os primeiros anos de reinado do 23° soberano da dinastia Alauita foram marcados por algumas reformas, a mais emblemática sendo, em 2003, a reforma do código da família, concedendo mais direitos às mulheres, ou ainda o reconhecimento oficial em 2011 da cultura Berbere, uma das componentes da Nação marroquina.

Mohamed VI celebra neste 30 de Julho os 20 anos do seu reinado.
Mohamed VI celebra neste 30 de Julho os 20 anos do seu reinado. Getty Images
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Noutro quadrante, Mohamed VI lançou também uma série de reformas económicas, com uma forte aposta nas infra-estruturas que se materializou nomeadamente na inauguração no ano passado da linha de comboios de alta velocidade Tânger-Casablanca construída com o apoio da França. Mais recentemente, o país também inaugurou em Junho com pompa e circunstância o novo porto de Tânger, o maior de África.

Apesar deste momento de euforia e apesar também de ser considerado um país estável, Marrocos não deixa de ser um país de contrastes. De acordo com um recente relatório da Oxfam, Marrocos debate-se com desigualdades gritantes, outros indicadores dando também conta de um sistema de saúde e de ensino deficientes bem como uma taxa de desemprego rondando actualmente os 10%.

Paralelamente, embora aborde a questão dos Direitos Humanos de forma diferente do seu antecessor que deixou a memória de um pulso de ferro, o regime de Mohamed VI não deixou também de encontrar algumas dificuldades, nomeadamente durante o período 2016-2017, com fortes ondas de protesto populares no Rif, no norte do país, que ficaram marcadas por detenções massivas.

Nestes vinte anos, Marrocos tem vindo a afirmar-se como um parceiro da União Europeia e dos Estados Unidos no tocante à luta contra o terrorismo, depois de ter sido palco de ataques, respectivamente em Casablanca em 2003 e em Marraquexe em 2011. Ainda a nível diplomático, o país ausente durante 30 anos das instituições pan-africanas regressou à União Africana em 2017, com a ambição de tomar um lugar preponderante no continente e obter designadamente mais margem de manobra no respeitante ao Saara Ocidental, enclave separatista no seu território.

Eis o panorama que esboçamos com Raúl Braga Pires, analista e autor do blogue Maghreb/Machrek.

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