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Estados Unidos/Maré negra

BP nomeia novo dirigente e anuncia prejuízo trimestral de US$ 17 bi

A companhia petrolífera BP confirmou que seu executivo-chefe, Tony Hayward, deixará o cargo no dia primeiro de outubro. O britânico perde o posto devido à péssima gestão da maré negra no Golfo do México e será substituído pelo norte-americano Robert Dudley. Nesta terça-feira, a BP anunciou um prejuízo trimestral de US$ 17 bilhões.

A BP anunciou um prejuízo de 17 bilhões de dólares no trimestre de abril a junho, o maior da história de uma companhia britânica.
A BP anunciou um prejuízo de 17 bilhões de dólares no trimestre de abril a junho, o maior da história de uma companhia britânica. Reuters
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No trimestre de abril a junho, a BP teve um prejuízo de quase US$ 17 bilhões devido às provisões que a companhia teve de fazer para o pagamento de indenizações. Trata-se da maior perda trimestral já registrada por uma empresa britânica. O prejuízo é levemente atenuado por um bom resultado do grupo em atividades de exploração de petróleo. No semestre, a BP deverá perder US$ 11 bilhões de dólares contra um lucro de US$ 5 bilhões em 2009.

Muito criticado pela gestão da maré negra, o executivo-chefe da BP, Tony Hayward, será substituído a partir de 1° de outubro pelo norte-americano Robert Dudley. Aos 54 anos, Dudley será o primeiro dirigente não britânico da companhia. Desde o mês de junho, Dudley supervisiona diretamente os trabalhos de despoluição e contenção do vazamento de petróleo no Golfo do México. Antes de chegar aos Estados Unidos, Dudley dirigia a companhia russo-britânica TNK-BP, na Rússia.

Para o jornal francês Le Monde, a saída de Tony Hayward representa o fim da era da impunidade para os presidentes de multinacionais. O jornal francês lembra, em editorial de primeira página, o comportamento arrogante do executivo durante a sabatina no Congresso norte-americano, quando ele se negou a assumir qualquer responsabilidade pela pior maré negra da história dos Estados Unidos. "Naquele momento, ele se tornou o homem mais odiado no país", observa o Le Monde.

Tony Hayward, geólogo de formação, com 28 anos de trabalho na empresa, também será lembrado pelas gafes de comunicação. Entre as pérolas ditas pelo executivo, "a BP não teve culpa no vazamento de petróleo", "a quantidade de óleo que escapou é minúscula", "a maré negra é um desastre modesto" e seu maior desejo é "retomar a vida que tinha antes do acidente".

Essas declarações desastradas reforçaram o prejuízo de imagem da BP. O anúncio feito pela companhia esta semana, de que vai começar a perfurar poços de petróleo na costa da Líbia, deixa preocupados vários países do Mediterrâneo. O chefe da diplomacia italiana, Franco Frattini, afirmou nesta segunda-feira, em Bruxelas, que o mundo tem os olhos voltados para a BP depois do exemplo preocupante dado pela companhia no Golfo do México.
 

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