Em caso inédito no mundo, gays registram filho na Argentina
Um casal gay inscreveu nesta terça-feira um filho no registro civil de Buenos Aires sem a mediação de uma decisão judicial, em um caso único no mundo. A notícia foi comemorada por ONGs de defesa dos direitos dos homossexuais.
Publicado a: Modificado a:
"É o primeiro caso no mundo em que a certidão de nascimento é expedida diretamente pelo registro civil de um filho de dois homens. Em outros casos, foi feito a partir de uma decisão judicial, que retificava a certidão anterior", explicou Maria Rachid, da ONG Lésbicas, Gays, Bi e Transexuais (LGBT).
O casal formado por Carlos Grinblat, de 41 anos, e Alejandro Dermgerd, de 35, inscreveu o bebê nesta terça-feira, em um cartório do centro da capital argentina, Tobias, com um mês de vida. A criança nasceu na Índia, país que o casal escolheu para alugar o ventre da mulher que deu à luz ao menino.
"Nossa única luta era por formar nossa família. É outro passo no reconhecimento dos direitos igualitários. Este é um caminho que começou há anos e um marco foi o casamento igualitário", disse Grinblat ao sair do cartório, enquanto exibia, ao lado do companheiro, o documento que atribuía o registro do filho aos dois.
Em 2010, a Argentina se tornou o primeiro país da América Latina a autorizar o casamento gay e o décimo do mundo, depois de Holanda, Bélgica, Espanha, Canadá, África do Sul, Noruega, Suécia, Portugal e Islândia.
Desde 21 de julho de 2010, quando a presidente Cristina Kirchner promulgou a norma aprovada seis dias antes pelo Congresso, "se oficializaram 5.839 casamentos em todo o país", destacou a LGBT em 12 de julho.
Enquanto isso, em maio passado, o Congresso argentino aprovou por ampla maioria a lei de identidade de gênero, que autoriza travestis e transexuais a registrar seus dados com o sexo escolhido.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro