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EUA/Ataques

Obama condena ataque e envia 50 fuzileiros navais para a Líbia

Acompanhado da Secretária de Estado Americana, Hillary Clinton, o presidente Barack Obama fez um pronunciamento nos jardins da Casa Branca e classificou o ataque que matou quatro americanos na Líbia de chocante e escandaloso. No incidente, ocorrido na cidade de Benghazi, morreram o embaixador americano na Líbia, J. Christopher Stevens e outros três altos funcionários americanos.

Obama e Hillary Clinton discursam nos jardins da Casa Branca e condenam ataque
Obama e Hillary Clinton discursam nos jardins da Casa Branca e condenam ataque REUTERS/Jason Reed
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"A justiça será feita. Os Estados Unidos condenam este ataque e nós trabalharemos com o governo líbio para garantir a segurança dos nossos diplomatas", declarou o presidente Barack Obama. "Nós agiremos para que os assassinos prestem conta por essas mortes. Nada justiifca esse tipo de violência", declarou o presidente americano, que lembrou ainda que os assassinos dos oficiais americanos não podem ser confundidos com os cidadãos comuns da Líbia, que ajudaram a retirar o corpo do embaixador e o transportá-lo até um hospital. Ele também anunciou que as embaixadas do país ao redor do mundo terão a segurança reforçada. "O ataque não romperá as relações entre os Estados Unidos e a Líbia", disse Obama.

O ataque ao consulado de Benghazi, na Líbia, foi provocado por manifestantes que protestavam contra o filme " A inocência dos muçulmanos", cujo diretor, Sam Bacile se declara judeu e tem nacionalidades americana e israelense. O filme trata o Islã como um câncer e também foi alvo de protestos contra a embaixada do Estados Unidos no Egito.

Pouco antes do seu breve discurso na Casa Branca, Barack Obama anunciou o envio de 50 fuzileiros navais para a Líbia, com a intenção de reforçar a segurança das instalações diplomáticas americanas no país africano. Os fuzileiros, que integram a Frota de Segurança Antiterrorista (FAST, na sigla em inglês), partiram da base de Rota, no sul da Espanha.

Diretor em lugar não-divulgado

O diretor isralense Sam Bacile, responsável pelo polêmico filme sobre o profeta Maomé, mora na Califórnia. Ele disse, por telefone, à agência Associated Press, que permanece abrigado em um local secreto. "Este é um filme político. Os Estados Unidos perderam muito dinheiro e muitos homens nas guerras do Iraque e do Afeganistão, mas nós lutamos por idéias", declarou o diretor de 56 anos, cuja obra descreve o profeta Maomé como um homem com várias mulheres, impostor e imbecil. Em um trecho do filme, disponível no Youtube, o profeta aparece em uma cena de ato sexual com uma mulher. A simples representação do profeta Maomé é considerada, para muitos muçulmanos, uma blasfêmia.

Reações pelo mundo

O polêmico filme e a morte do embaixador Christopher Stevens suscitaram reações por todo o mundo. Israel enviou uma carte de condolências ao Estados Unidos em referência à morte dos oficiais americanos em Benghazi. "Hoje, nós vimos novamente o terrorismo atacar e provocar a morte do embaixador e mais três funcionários. O povo de Israel se mantém ao lado dos americanos neste momento de dor", afirmou o comunicado assinado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

O Irã condenou o filme e classificou a obra de "repugnante. "Condenamos este insulto, que fere toda a nação islâmica", declarou o porta-voz iraniano do ministério das relações exteriores, Ramin Mehmanparast. O governo afegão condenou a distribuição e pretende bloquear o acesso ao Youtube, para impedir a visualização do filme no território do Afeganistão.

A União Européia, o Vaticano, o Brasil e outros países ocidentais repudiaram o ataque e a morte do embaixador. Na Tunísia, a polícia teve que utilizar gás lacrimogênio para dispersar manifestantes salafistas que protestavam diante da embaixada americana de Tunis, a capital do país. Mais de 300 pessoas se reuniram na frente do prédio e tentaram forçar a entrada do local, considerado de alta segurança.

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