Obama não chega a acordo com oposição para impasse orçamentário

Depois de 10 dias de bloqueio, o  presidente americano não chegou a um acordo com a oposição para votar o orçamento federal, mas pode haver negociação para aprovar o aumento do teto da dívida pública. Uma nova reunião está prevista para hoje.

Barack Obama, em 8 de outubro de 2013 REUTERS/Kevin Lamarque

Eduardo Graça, correspondente da RFI em Nova York

Depois de um dia de muita expectativa, com os mercados fechando em alta, a ducha de água fria: no começo da noite de quinta-feira, o presidente Barack Obama e 20 deputados republicanos anunciaram que a conversa na Casa Branca resultou apenas em um primeiro passo para que os dois lados encontrem uma saída para a maior crise política dos EUA em duas décadas.

Durante o dia, o deputado John Boehner, líder da Câmera dos Representantes, cargo equivalente ao de presidente da Câmara dos Deputados no Brasil, anunciou que os republicanos estavam dispostos a votar  a legislação, já nesta sexta-feira, estendendo o limite do teto da dívida pública, mas apenas por seis semanas, até o dia 22 de novembro.

Em contrapartida, o governo se comprometeria a discutir uma reforma fiscal ampla a longo prazo, incluindo a diminuição de benefícios sociais.

Mas o presidente Barack Obama quer incluir no acordo o impasse orçamentário que paralisa parte do governo há 10 dias. Os republicanos, no entanto, não concordam com qualquer financiamento público do programa de reforma da saúde, popularizado como Obamacare, cujo primeiro ano fiscal começou na semana passada.

Se até a próxima quinta-feira os dois lados não resolverem o impasse, Washington será palco de um calote histórico, que pode gerar, de acordo com a Secretaria do Tesouro e a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, novo ciclo recessivo nos EUA, com grande risco de contaminação global.