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Argentina/Política

Apesar de vitória, Cristina Kirchner sai enfraquecida das legislativas

As eleições legislativas deste domingo tiveram um gosto amargo para a presidente Cristina Kirchner. O pleito serviu para renovar metade da Câmara dos Deputados e um terço do Senado. O governo manteve o controle nas duas casas, mas perdeu nas maiores províncias do país.

Partidário de Sergio Massa celebram vitória nas urnas.
Partidário de Sergio Massa celebram vitória nas urnas. REUTERS/Enrique Marcarian
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A presidente Cristina Kirchner começa a última etapa de seu governo, que vai até 2015, com seu poder enfraquecido após a derrota nas grandes províncias do país. O partido governista Frente para a Vitória conquistou 33% dos votos no país, resultado que garante uma maioria de 132 cadeiras na Câmara dos Deputados, segundo projeções oficiais. O quórum é de 129 cadeiras. 

Nos oito distritos em que houve votação para eleger senadores, o governo conservou as 11 cadeiras que estavam na disputa. Sergio Massa, ex-chefe de gabinete de Kirchner e agora opositor da presidente, saiu como o grande vitorioso das eleições legislativas ao conquistar cerca de 44% dos votos na província de Buenos Aires.

"Quero começar agradecendo aos eleitores de Buenos Aires que nos depositaram sua confiança, esperança e sonhos e que sentiram que havia nascido em nossa província, e porque não dizer, em nosso país, um caminho de esperança e de futuro onde a política e os políticos devem ter sempre a mão estendida ao cidadão comum", disse ele após a divulgação de resultados parciais, sem esconder suas ambições políticas.

Massa, de 41 anos, é prefeito de Tigre, cidade da periferia norte da capital. Seu sucesso com 32,21% dos votos neste distrito o torna um nome forte para as eleições presidenciais de 2015. Ele fez campanha com um discurso focado na luta contra a violência, uma das maiores preocupações atuais dos argentinos, de acordo com sondagens.

O partido Frente Renovador, que Massa fundou a apenas três meses, não tem no momento muita representatividade fora da província de Buenos Aires. O governo perdeu também em outros distritos importantes do país como Córdoba, Santa Fé e Mendoza.

A presidente Cristina Kirchner, de 60 anos, não participou da reta final de campanha devido ao repouso absoluto imposto por seus médicos desde o dia 8 de outubro após uma cirurgia devido a um traumatismo cerebral.  

A presidente "está se preparando para voltar com toda força" disse na noite de domingo o vice-presidente Amado Boudou, que assumiu a presidência do país.

Boudou também comemorou o fato de que a Frente para a Vitória "tenha se consolidado como principal força política argentina após todos esses anos", em alusão aos dez anos de kirchnerismo que incluem os governos de Netor Kirchener (2003/2007) e de Cristina Kirchner desde 2007.

A atual presidente, no entanto, não poderá disputar uma segunda reeleição. Segundo analistas, os resultados das urnas deste domingo dificultam a possibilidade de uma mudança na lei para que Cristina possa concorrer a um terceiro mandato. 

 

 

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