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Américas

Retomada de relações entre EUA e Cuba tem impacto global

A decisão do presidente norte-americano Barack Obama e do líder cubano Raúl Castro de normalizar as relações entre os dois países foi bem acolhida em todo o continente americano e também na Europa. O papa Francisco, um dos responsáveis pela aproximação de Havana e Washington, foi um dos primeiros a saudar a decisão histórica.

Os presidentes Barack Obama e Raúl Castro se falaram por telefone para normalizar a relação entre os dois países
Os presidentes Barack Obama e Raúl Castro se falaram por telefone para normalizar a relação entre os dois países REUTERS/Pete Souza/White House/Handout via Reuters
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Em comunicado, o Vaticano declarou que o "Santo Padre expressa sua satisfação pela decisão histórica dos dois governos de restabelecer relações diplomáticas para superar, diante do interesse de seus cidadãos, as difuldades que marcaram sua história recente". O Vaticano confirmou ter acolhido, em outubro, delegações dos dois países para "favorecer um diálogo construtivo sobre temas delicados".

O Canadá, que sediu encontros de altos dirigentes norte-americanos e cubanos desde junho de 2013, parabenizou os dois governos "pelas negociações que vão levar à normalização da relação entre os dois países". A União Europeia, que procurar reatar relações com Cuba, suspensas desde 2003, definiu a decisão como uma mudança histórica que representa a vitória do diálogo, e não do confronto. Em comunicado, a chefe da diplomacia europeia, a italiana Federica Mogherini, disse que um "novo muro começou a desmoronar", em referência à queda do muro de Berlim. Ela insistiu que "a questão dos direitos humanos está no centro da política do bloco com Cuba". O ministro das Relações Exteriores francês, Laurent Fabius, espera que a aproximação leve ao fim do embargo à ilha. E a Alemanha saudou a novidade como "uma boa notícia nesses tempos cheios de conflito".

A retomada das relações entre Cuba e Estados Unidos pegou de surpresa os líderes do Mercosul reunidos em uma cúpula na cidade argentina de Paraná. A presidente Dilma Rousseff chegou a dizer que não imaginava que um dia viria essa reaproximação.

Obama fala em espanhol

Esse novo capítulo histórico das relações entre Estados Unidos e Cuba foi revelado ao mesmo tempo através de discursos dos presidentes Barack Obama, em Washington, e Raúl Castro, em Havana. Obama estendeu a mão à Cuba falando até em espanhol. Em seu discurso, ele anunciou uma série de medidas para facilitar o comércio e as viagens turísticas de norte-americanos à ilha, com a possibilidade de usar cartões de crédito ou débito. "Eu não acredito que as mudanças que estou anunciando hoje irão transformar a vida dos cubanos do dia para a noite. Mas acredito que com essa estratégia nós seremos mais eficazes para defender nossos valores e ajudar o povo cubano"

Obama admitiu que o embargo dos últimos 50 anos não deu resultado. Boa parte dessa nova relação dependerá do Congresso americano, que será totalmente dominado pelos republicanos em 2015.

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