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Racismo/Estados Unidos

Manifesto atribuído a autor do massacre de Charleston diz que Brasil é "inimigo" dos EUA

A polícia americana investiga a autoria de um site de conteúdo racista na internet, encontrado neste sábado (20), que pode pertencer ao responsável pelo massacre de Charleston, Dylann Roof, de 21 anos. Na página, um texto faz violentas declarações contra os negros, os hispânicos, e diz que o Brasil é "inimigo" dos Estados Unidos.

Em imagens publicadas no site lastrhodesian.com, o autor do massacre de Charleston, Dylann Roof, de 21 anos, aparece queimando a bandeira dos Estados Unidos.
Em imagens publicadas no site lastrhodesian.com, o autor do massacre de Charleston, Dylann Roof, de 21 anos, aparece queimando a bandeira dos Estados Unidos. Reuters
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O texto, publicado no site lastrhodesian.com, diz que há "bons e maus hispânicos". "Lembro que, enquanto assistia a canais de televisão hispânicos, os programas e os comerciais tinham mais brancos que os nossos. Eles respeitam a beleza branca, e uma boa parte dos hispânicos é branca. Todos sabem que os hispânicos brancos são a elite da maioria dos países hispânicos. Há sangue que vale a pena ser poupado no Uruguai, Argentina, Chile e até mesmo no Brasil. Mas mesmo assim eles são nossos inimigos", diz o manifesto.

O manifesto, no entanto, se concentra no ódio contra os negros, e os classifica de "estúpidos e violentos" , além de considerar que eles são o maior problema dos americanos. "Eu não tenho escolha (…). Escolhi Charleston porque é a cidade histórica do meu Estado e que teve, em determinado momento, a concentração mais elevada de negros em relação aos brancos no país", diz o texto.

Roof aparece nas fotos publicadas

Na página hospedada na Rússia, várias fotos do rapaz foram publicadas, mas o conteúdo foi retirado do ar. Em uma delas, ele aparece exibindo a bandeira confederada, que data da época da Guerra Civil do país e que representa a união dos Estados escravocratas do sul, atualmente considerada um símbolo do racismo. Em outra foto, Roof está queimando a bandeira dos Estados Unidos.

"Não temos skinheads, uma verdadeira KKK [Ku Klux Klan], ninguém faz nada além de falar sobre isso na internet. Alguém tem que ter a coragem de fazer algo no mundo real e eu penso que essa pessoa deve ser eu", continua o manifesto.

Outros insultos são dirigidos aos judeus ("brancos que são um enigma") e aos asiáticos ("por natureza extremamente racistas e que poderiam ser grandes aliados da raça branca").

De acordo com a imprensa norte-americana, o site foi aberto em fevereiro deste ano. A polícia ainda não confirmou se a autoria do espaço é de Dylann Roof.

Manifestações e homenagens

Milhares de americanos participam em Charleston de homenagens às vítimas do massacre. Manifestações também estão previstas nesta noite no Estado da Carolina do Sul contra a bandeira confederada, que  continuava até hoje hasteada no parlamento local, na capital Columbia.

Massacre

As nove vítimas do ataque de ódio racial, afroamericanas, estavam em uma reunião de estudo bíblico quando Roof invadiu o local e atirou contra os participantes. A arma usada teria sido um presente de aniversário dada pelo próprio pai.

Capturado na Carolina do Norte, ele admitiu os crimes na sexta-feira (19) e foi formalmente acusado. Roof declarou que seu objetivo era “deflagrar uma guerra racial”. A justiça federal americana qualificou o ato de “terrorismo interno”.

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