Europa pede respeito das liberdades em Angola
O Parlamento Europeu aprovou hoje uma resolução condenando Angola pela limitação das liberdades de expressão e de associação, apontando ainda a corrupção e deficiências no sistema anti-branqueamento de capitais.
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A resolução aprovada com 550 votos a favor, 14 contra e 60 abstenções, foca os casos dos 2 activistas de Direitos Humanos detidos em Cabinda a 14 de Março e dos 16 activistas detidos desde 20 de Junho e pede a libertação "imediata e incondicional" de todos os defensores de Direitos Humanos bem como um inquérito ao alegado massacre no Huambo contra os fiéis da seita de Kalupeteka no passado mês de Abril.
A eurodeputada socialista Ana Gomes que esteve na origem desta resolução após a sua deslocação a Luanda em finais de Julho, considera que a adopção desta moção demonstra a preocupação da Europa com a situação em Angola.
Eurodeputada Ana Gomes
Por seu turno, ao saudar igualmente a adopção pela União Europeia desta resolução,
Adolfo Campos, do movimento revolucionário, apela para que a comunidade internacional permaneça atenta não só à situação dos activistas mas também da população angolana de forma geral. Referindo-se à situação vivida pelos 16 companheiros de luta detidos desde 20 de Junho também mencionados na resolução europeia, Adolfo Campos denuncia a pressão de que estão a ser alvo os detidos, para denunciarem como sendo seu líder, o professor universitário Domingos da Cruz, um dos presos, que é o autor de "Ferramentas para destruir o ditador e evitar nova ditadura" uma adaptação do livro de Gene Sharp "Da ditadura à democracia".
Adolfo Campos, membro do Movimento dos Jovens Revolucionários
De referir ainda que aumenta a pressão para a libertação do activista Cabindês Marcos Mavungo. Mencionado na resolução europeia, ele é igualmente considerado pela Amnistia Internacional como um "prisioneiro de consciência". Detido no enclave desde 14 de Março sob a acusação de rebelião e tentativa de golpe de Estado, Marcos Mavungo deveria conhecer a sentença do seu julgamento na próxima Segunda-feira, sendo que a defesa pede a sua absolvição por nada ter sido provado durante o processo, enquanto o ministério público reclama 12 anos de prisão contra ele.
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