Vigília reprimida em Luanda

A vigília de apoio aos jovens activistas, realizada ontem na igreja de São Domingos - em Luanda- foi reprimida pela polícia e acabou na detenção de várias pessoas. Em entrevista à RFI, Adolfo Campos, um actvistas detidos e entretanto posto em liberdade, afirma que continua sem saber do paradeiro do padre que celebrava a missa.

Vigília reprimida em Luanda www.facebook.com/carbonohater

As manifestações de apoio aos jovens detidos desde Junho começaram na semana passada. No Domingo uma centena de pessoas juntou-se na igreja da Sagrada Família, também em Luanda, para exigir a libertação dos activistas, mas devido ao forte aparato policial foram obrigados a abandonar o local por recearem represálias das forças de segurança.

Ontem os participantes voltaram a reunir-se na igreja de São Domingos. Quando chegaram encontraram um forte aparato policial e sem qualquer razão as autoridades entraram no local, usaram da força e detiveram quatro pessoas, entre eles o padre que realizava a missa. O activista Adolfo Campos um dos detidos que foi posto em liberdade relata o sucedido, contudo diz desconhecer o paradeiro do pároco.

"Começaram a dar-nos uma surra e meteram-nos no carro da polícia. Eu fiquei quase nu, porque me rasgaram a roupa, perdi os meus documentos, perdi o meu telefone e levaram-nos. Depois de eu ter saído disseram que o padre também foi levado".

O activista critica a postura autoridades de estarem a reprimir os movimentos de apoio aos jovens activistas detidos e de não avançarem com um data para o julgamento. Luaty Beirão está em greve de fome há mais de vinte dias para denunciar a ilegalidade da detenção e a ele juntou-se agora Nelson Dibango.

04:27

Adolfo Campos, membro do Movimento revolucionário em Angola

Ontem o deputado do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, questionou formalmente o ministro dos Negócios Estrangeiros português sobre o caso de Luaty Beirão, luso-angolano, há 22 dias em greve de fome em Luanda.