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ANGOLA

Angola: governo deve milhões de dólares aos professores

O governo angolano já começou a pagar os 16 mil milhões de kwanzas, cerca de 118 milhões de dólares de dívidas aos professores acumuladas entre 2010 e 2011, mas estes não descartam entrar em greve, durante o ano lectivo que arranca dia 1 de Fevereiro.

REUTERS/Thomas Mukoya
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Os 16 mil milhões de kwanzas, correspondem sobretudo a subsídios devidos aos professores do ensino primário e secundário entre 2010 e 2011em 14 províncias do país, mas segundo Guilherme Silva, presidente do SINPROF "as autoridades, o governo já começaram a liquidar essa dívida".

Quanto à eventualidade de uma greve Guilherme Silva afirma que "neste preciso momento ainda não" encaramos essa hipótese, "mas com o aumento dos derivados do petróleo ocorrido às zero horas de hoje tudo há-de subir e isso vai estimular a instabilidade social e profissional", porque esse aumento "fará com que todas as mercadorias e transportes aumentem e quem pagará são os consumidores, são aqueles que têm uma renda baixa e portanto nós não vamos descartar a possibilidade de continuarmos a lutar e não sabemos qual será o desfecho ao longo do ano lectivo".

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Guilherme Silva SINPROF

O Orçamento geral do Estado aprovado na generalidade pelo parlamento a 17 de Novembro, prevê receitas e despesas para 2016 no valor de 47,4 mil milhões de dólares, sendo 13% ou seja 6,4 mil milhões de dólares para o sector da defesa (militar e civil), o que representa uma soma equivalente à dos sectores da saúde e educação juntos, ou seja respectivamente 7,65% e 5,31% do total, ou seja 3,76 mil milhões e 2,6 mil milhões de dálares.

Guilherme Silva alerta para o facto de que "na região austral de África, Angola é que contribui com menos recursos no sector da educação" defendendo mais investimentos na construção de escolas, equipamentos, laboratórios e bibliotecas.

A Confederação dos Sindicatos da Educação denunciou um défice de 50 mil docentes no país, o que poderá afastar da escola quase um milhão de alunos no ano lectivo que começa a 1 de Fevereiro.

O sindicalista Guilherme Silva afirma "temos ainda milhares e milhares de crianças fora do sistema de ensino, porque há dois anos que o Estado não recruta novos professores, dada a crise económica e financeira que o país vive com a redução do preço do barril de petróleo" e denuncia que "mais de 50% do corpo docente não tem qualificação para a docência".

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