Nito Alves "não admitiu que o pai fosse humilhado"
O activista Nito Alvos foi condenado, na segunda-feira- a seis meses de prisão efectiva por, alegadamente, ter perturbado a ordem do Tribunal Provincial de Luanda na audiência onde foram ouvidos declarantes do julgamento do 17 activistas acusados de preparar um golpe de Estado em Angola.
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"Não temo pela minha vida e este julgamento é uma palhaçada", afirmou Nito Alves. Esta é a acusação contra o activista e que perturbou a ordem no tribunal do juiz Januário Domingos José.
A mãe de Nito Alves, Adália Chivongue, descreve o que aconteceu na sessão de segunda-feira e afirma que o filho tentou proteger o pai que era ouvido como declarante nesse dia, "chegou o dia do julgamento do Nito e o pai que foi chamado para declarar. Chegou na hora das perguntas do juiz do Ministério Público e o pai não estava a responder e o menino não admitiu que o pai fosse humilhado".
Mãe de Nito Alves, Adália Chivongue
Ontem, terça-feira, vários jovens ligados ao auto-denominado Movimento Revolucionário Angolano protestaram com cartazes nos quais se podia ler que o julgamento é uma palhaçada. Os activistas gritaram palavras de ordem a pedir a libertação de Nito Alves, mas também do activista José Marcos Mavungo, condenado a seis anos de prisão em Cabinda.
No próprio dia foi feito um julgamento a Nito Alves, tendo o juiz condenado o activista a seis meses de prisão efectiva como medida correccional.
A jornalista angolana Luísa Rogério foi ouvida no julgamento como declarante e conta-nos o que lhe foi perguntado; "basicamente foi para saber se eu tinha conhecimento do suposto governo de salvação nacional e se eu sabia porque é que o meu nome fazia parte da lista, se mantinha algum tipo de contacto com esse governo e se tinha intenção de integrar. Eu respondi que não e que para mim era uma brincadeira. O próprio autor da publicação no facebook, Doutor Albano Pedro também foi ouvido ontem e disse que não tinha nenhuma ligação nem qualquer relação entre a proposta, digamos assim, e o caso dos 17 activistas".
Jornalista angolana, Luísa Rogério
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