Anulação do processo da família de Savimbi contra "Call of Duty"
O Tribunal de grande instância de Nanterre, nos arredores de Paris, anulou hoje, por vício processual, a acção judicial por difamação intentada desde 2013 por 3 dos filhos de Jonas Savimbi contra a filial francesa da empresa americana Activision Blizzard que edita o conhecido jogo vídeo de guerra "Call of Duty", que acusam de manchar a honra do pai, líder da Unita morto em combate em 2002, cuja imagem é utilizada nas edições de 2012 e 2014 do jogo.
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Do ponto de vista dos filhos do líder do antigo movimento rebelde angolano, Jonas Savimbi é representado no "Call of duty" como um "monstro bárbaro", pelo que reclamaram a supressão desta versão do jogo assim como um milhão de Euros de indemnizações. A justiça francesa contudo não deu razão aos familiares de Jonas Savimbi, considerando-se incompetente para julgar este caso e constatando a "nulidade" da acção por vício processual. Os juízes sustentam que esta acção devia ter sido notificada ao Procurador da República, conforme previsto numa lei de 1881 sobre a liberdade de expressão.
Ao dar conta da sua decepção, Cheya Savimbi, um dos filhos de Jonas Savimbi, refere que está a ser encarada a hipótese de um recurso junto da justiça francesa e inclusivamente nos Estados Unidos onde está sediada a empresa que elabora os jogos vídeo "Call of duty".
Cheya Savimbi, um dos filhos de Jonas Savimbi
Lançado em 2003, o jogo "Call of Duty" já utilizou a imagem de outros conhecidos líderes, como Fidel Castro ou o antigo presidente americano John F. Kennedy ou ainda Manuel Noriega, ex-ditador do Panamá. Este último tinha intentado uma acção do mesmo género contra a Activision Blizzard, sem sucesso, a justiça americana tendo rejeitado a sua queixa em 2014.
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