Angola: epidemia de febre amarela sub-diagnosticada
A epidemia de febre amarela que assola o país desde Dezembro, causou oficialmente 353 mortes e 3464 casos suspeitos, alastrou já a vários países, mas o governo recusa decretar o estado de emergência de saúde pública, apesar de a OMS ter admitido a ruptura das reservas mundiais de vacinas.
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O último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta para 353 mortos, entre os 3464 casos suspeitos de febre amarela registados em seis meses, com mais 170 casos entre 20 e 24 de Junho.
A epidemia foi diagnosticada em 16 das 18 províncias angolanas, mas na semana passada Malanje registou os primeiros casos de febre amarela com 3 óbitos, devendo ser realizada entre 7 e 19 de Julho uma campanha massiva de vacinação.
Na semana passada o Ministério da Saúde de Angola anunciou um franco declíneo dos casos de febre amarela devido às acções intensivas de resposta ao surto endémico, desde o lançamento da campanha de vacinação no município de Viana, em Luanda, avançando que a vacinação atingiu coberturas entre 81 e 100% da população alvo, estimada em 24 milhões de pessoas das quais segundo a OMS mais de 11 milhões foram vacinadas desde Fevereitro.
Dr. Maurilio Luiele
O dr. Maurílio Luiele, responsável pela área da saúde na UNITA, considera que "a situação não está de maneira nenhuma sob controlo...o governo é incapaz de sózinho poder controlar a situação, que se propaga já a outros países...e por essa razão a UNITA pediu que seja decretado o estado de emergência sanitária".
Para este dirigente do principal partido da oposição "o sistema de notificação não é fiável, faltou informação e selecção nos alvos...e não está a haver um uso racional da vacina", mas admite que desde Abril haja uma baixa significativa na incidência da epidemia e no número de mortes, tanto mais que esta foi acrescida de uma outra epidemia de malária e de casos de dengue e de chicungunya.
Em relação à epidemia de zika, Maurílio Luiele admite que "há todas as condições para que o vírus da zika se propague em Angola, mas há falta de estudos" e não existe nenhuma medida de prevenção mau grado o elevado tráfego de passageiros entre o Brasil e Angola.
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