Encerramento do colégio turco em Luanda
O governo angolano ordenou na sexta-feira passada, 11 de Fevereiro, o encerramento do colégio Esperança Internacional, conhecido por "Colégio Turco de Luanda".
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Os motivos de encerramento deste estabelecimento de ensino são desconhecidos. O despacho indica que os vistos, obtidos por via do colégio, dos docentes e funcionários, a maioria turcos, sejam cancelados e ordena, no prazo de cinco dias, a saída dos utentes do país.
No passado 3 de Outubro de 2016, o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, tinha ordenado o fecho do colégio Turco de Luanda. A acção era justificada pela “necessidade de se garantir o bem-estar e a segurança dos cidadãos num clima de paz e harmonia social”.
Na sexta-feira, o colégio Turco de Luanda foi surpreendido pelo fecho do estabelecimento de ensino privado em pleno horário de aulas.
O Presidente do Movimento de Estudantes Angolano (MEA), Miguel Kimbenze, afirma tratar-se de um erro grave uma vez que o Ministério da Educação deixou o ano lectivo começar seis dias antes do encerramento do colégio.
O Colégio foi "fechado fruto de uma orientação do Ministério da educação usando a força através da polícia nacional que teve uma atitude, uma vez mais, musculosa. Não conhecemos as motivações do encerramento da referida instituição. Estamos a tentar entrar em contacto com o Ministério da educação para estar por dentro do que eles têm para nos informar", afirmou o Presidente do MEA.
Presidente Movimento de Estudantes de Angola, Miguel Kimbenze
O vice-presidente do Sindicato dos Professores de Angola (SINPROF), Manuel Vitória Pereira, mostra-se preocupado com o cerco policial a esta escola e questiona a legalidade da mesma.
"Tomámos conhecimento que a polícia se instalou no terreno do colégio, colocando em autêntico pânico parte dos jovens e crianças presentes. O sindicato receia acções extremamente aparatosas e violentas como esta. Não sabemos a fundo que tramas internas ou internacionais possam explicar uma acção tão musculada como esta", descreveu o vice-presidente do SINPROF.
Vice-presidente do sindicato de professores de Angola, Manuel Vitória Pereira
A Somália e o Sudão cederam, alegadamente, as pressões governamentais da Turquia para encerrar dois colégios nestes países e consequente expatriação dos professores turcos.
Em Janeiro passado, em Maputo o Presidente turco pediu ao seu homólogo Filipe Nyusi que encerrasse os estabelecimentos de Fetullah Gülen no país, pedido que se alastrou à África do Sul e Tanzânia
Na Nigéria, em Julho passado, o embaixador turco terá, igualmente, pedido ao governo que encerrasse 17 escolas ligadas a Fethullah Gülen, que o presidente turco Erdogan responsabiliza pelo golpe de Estado militar falhado de 15 de Julho 2016.
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