Segunda fase da greve dos professores em Angola

Os professores do ensino geral entraram hoje de novo em greve em todo o pais e até dia 5 de Maio, para exigir o cumprimento do caderno reivindicativo que data de 2013. O principal sindicato do sector, SINPROF, afirma que a adesão é de mais de 90% em Luanda e anunciou um terceiro movimento de greve para Junho se as suas reivindicações não forem atendidas.

SINPROF - Sindicato dos Professores de Angola SINPROF

Esta segunda paralisação acontece pouco depois de um primeiro bloqueio que decorreu entre 5 e 7 de Abril, este segundo movimento de greve coincidindo já com alguns exames. Para além de reivindicações de reajustes salariais, os professores reclamam há mais de quatro anos melhores condições de trabalho e reduções de carga horária. Contudo até agora, o movimento não surtiu efeito "por falta de vontade política", acusa o SINPROF.

Ainda de acordo com este sindicato, os professores grevistas têm sofrido pressões e intimidações. O presidente do SINPROF, Guilherme Silva, denuncia a detenção temporária do representante do sindicato em Luanda hoje mas refere igualmente que outros grevistas foram suspensos das suas funções designadamente na Lunda Sul e no Kwanza Norte.

O sindicato refere que se não forem satisfeitas as suas reclamações, encara a possibilidade de encaminhar outra fase do movimento em Junho, o que poderia colocar em questão este ano lectivo para 10 milhões de alunos nos diversos níveis de ensino. Guilherme Silva, presidente do SINPROF, considera que "cabe ao Ministro da Educação Pinda Simão assumir estas responsabilidades e uma delas é apresentar a sua demissão".

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Guilherme Silva, presidente do SINPROF

Refira-se entretanto que o governo já reagiu, declarando não ter "condições imediatas" para responder positivamente às exigências dos professores. Em conferência de imprensa hoje, David Chivela, coordenador do Ministério da Educação, referiu que essas reclamações "serão solucionadas paulatinamente".