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Angola

Angola: Luanda com escassez de combustível

Em Luanda, capital angolana, pelo terceiro dia consecutivo, os carros fazem filas junto das bombas, sem gasolina, para tentar abastecer.

Imagem de Ilustração.
Imagem de Ilustração. REUTERS/Jorge Silva
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Pelo terceiro dia consecutivo dezenas de carros faziam fila, este domingo nas bombas de gasolina para tentar abastecer, numa altura em que 96% dos postos de abastecimento em Luanda estão sem combustível.

A Petrolífera estatal, Sonangol, informou em comunicado que a situação afecta a distribuição de gasolina mas que a situação estaria a ser progressivamente restabelecida, para diminuir a fluidez da corrida dos automobilistas aos postos de abastecimento de Luanda.

No Bairro popular, por exemplo, a RFI ouviu Nelson Manuel: "De facto não há gasolina e há longas filas de carros que estão à espera de gasóleo. Vieram ontem abastecer-nos, mas a procura era tanta, porque já não tínhamos há dois dias, que à noite acabou. Agora estamos sem gasolina, à espera outra vez do camião da distribuição", explicou o funcionário de um concorrido posto do Bairro popular em Luanda.

Desde quinta-feira que Luanda regista longas filas nos postos de abastecimento, semanas depois da base logística petrolífera SONIL, ter decretado greve para reclamar um ajustamento salarial e melhores condições de trabalho.

Por estes dias, a generalidade dos postos de combustíveis de Luanda alternam entre a placa à entrada "Não há gasolina" e filas de automóveis que se prolongam ao longo de centenas de metros, na esperança de conseguir o combustível para as viaturas. Há quem fique duas a três horas ou passam mesmo a noite na fila à espera do precioso líquido.

"Estou há duas horas na fila, passei por três postos, vinha da Cuca não havia combustível, passei pelo São Paulo, agora estou aqui à espera", explica Delfina.

Manuel Francisco, outro automobilista abordado pela RFI, explica que a espera é longa: "já passei em muitas bombas, fiquei nas longas filas à espera, mas infelizmente quando chegou a minha vez a gasolina acabou. Estou aqui neste posto à espera para ver se consigo".

Num comunicado enviado no sábado à imprensa e ao qual a RFI teve acesso, a Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) refere que se "registou um atraso de 24 horas na distribuição de combustíveis", especialmente de gasolina, na rede de postos da província de Luanda, devido a problemas operacionais relacionados com a logística de distribuição ocorridos na quinta-feira.

"Perante este facto, a Sonangol activou, de imediato, os seus planos de contingência, que triplicaram o fornecimento de combustíveis aos postos de abastecimento de Luanda, durante as últimas 48 horas", referia a companhia, prevendo a regularização da situação ao longo do dia de sábado.

A Sonangol admite que a situação levou a um "constrangimento junto dos consumidores finais", que diz ser "fruto de uma percepção da anormalidade no fornecimento dos postos de abastecimento" da capital angolana, "a que acresce a difusão de várias notícias falsas sobre a origem da mesma, o que provocou uma excessiva, e natural, procura de combustíveis".

A petrolífera liderada por Isabel dos Santos refere mesmo que a situação levou a "tentativas de açambarcamento e prática de preços especulativos" no mercado, mas esclarece que "não existe nenhum problema substancial no fornecimento de combustíveis em Luanda".

"Lamentando esta situação pontual, a Sonangol, apela à população que regresse às práticas habituais de consumo, já que não existem quaisquer razões para temer, a curto, médio e longo prazo, qualquer problema com o fornecimento de gasolina e gasóleo aos postos de abastecimento", concluiu o comunicado da Sonangol.

Angola é o segundo maior produtor de petróleo em África, com mais de 1,7 milhões de barris de crude por dia, mas a capacidade de refinação nacional é insuficiente, cingindo-se a actividade à refinaria de Luanda, o que obriga à importação de grande parte dos produtos refinados que consome.

Mais pormenores com o nosso correspondente, Daniel Frederico.

01:07

Correspondência de Daniel Frederico

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