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Economias

João Lourenço vai “até onde lhe for permitido” em Cabinda

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O Presidente de Angola, João Lourenço, defendeu que Cabinda é uma prioridade, mas o novo presidente só vai “até onde lhe for permitido”, na análise de Eugénio Costa Almeida. O invetigador recorda que João Lourenço “é só o vice-presidente do MPLA”, a não ser que faça uma “moçambicanização do sistema político” de Angola.

João Lourenço, Presidente da República de Angola. Cerimónia de tomada de posse a 26 de Setembro de 2017.
João Lourenço, Presidente da República de Angola. Cerimónia de tomada de posse a 26 de Setembro de 2017. AMPE ROGERIO / AFP
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Cabinda acolheu, esta semana, a primeira reunião da comissão económica do Conselho de Ministros, fora de Luanda, desde a eleição de João Lourenço. O Presidente angolano ouviu o governador provincial de Cabinda, Eugénio Laborinho, que se mostrou muito preocupado com a "acentuada pobreza dos cidadãos" no território onde é produzida a maior quantidade do petróleo angolano.

João Lourenço respondeu que Cabinda é uma prioridade, mas para Eugénio Costa Almeida, investigador angolano do Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa (CEI-IUL), o novo presidente só vai “até onde lhe for permitido”.

“Até onde lhe for permitido. É lógico porque, como sabe, João Lourenço é Presidente da República mas é preciso não esquecer que quem manda no Parlamento é o MPLA – que, por sua vez, mantém os estatutos em que define quem deve governar – e, por sua vez, o presidente João Lourenço é só o vice-presidente do MPLA”, considerou o investigador.

Eugénio Costa Almeida sublinhou que a situação só mudaria se Angola assistir a uma "moçambicanização do sistema político", ou seja, se "João Lourenço imita Nyusi e diz ‘eu sou Presidente da República, a República manda sobre os partidos, não são os partidos que mandam sobre a República e, portanto, eu determino, eu exijo, eu faço”.

O analista explica os atrasos nas infra-estruturas de Cabinda com a “má gestão e má distribuição de fundos”, ao nível dos problemas da energia, das estradas, da reabilitação do hospital provincial, das obras na Cidade Universitária, do porto de águas profundas e do aeroporto.

Cabinda continua a depender do orçamento de Estado e o orçamento de Estado esquece que deve, em quase 60 ou 65 ou 70 por cento, a Cabinda. Portanto, era lógico, era fundamental que uma parte boa fosse devolvida a quem fornece a capacidade para o orçamento de Estado”, continuou.

Petróleo, desemprego, pobreza , transportes, cacau e política são outros dos tópicos analisados por Eugénio Costa Almeida neste programa.

 

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