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Angola

Caminho de Ferro de Benguela chega ao Lobito

A primeira carga de minério exportada pela República Democrática do Congo através do Caminho de Ferro de Benguela chega, esta quarta-feira, ao porto do Lobito. É o retomar do tráfego internacional nesta ligação, após uma interrupção de 34 anos.

Imagem de arquivo.
Imagem de arquivo. AFP PHOTO / ALEXANDER JOE
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A carga, com 1.000 toneladas de manganês oriundo das minas de Kasange, na RDC, partiu na segunda-feira da estação do Luau, na província angolana do Moxico, e chega, esta quarta-feira, ao porto do Lobito, de onde será exportada por via marítima.

Este é o regresso, 34 anos depois, da ligação de comboio entre o Atlântico e o interior de Angola, num percurso de 1.344 quilómetros, que cruza quatro províncias angolanas, numa área com sete milhões de habitantes.

O tráfego internacional no Caminho de Ferro de Benguela começou no período colonial português, com a construção da linha, mas foi suspenso em 1984, devido à guerra civil em Angola, que só terminou em 2002.

A linha está ligada à dos Caminhos de Ferro do Baixo Congo, sobre a ponte do rio Dilolo, desde 1 de Maio de 1931 em resposta à necessidade congolesa de aceder a um porto para exportar por via marítima o minério extraído no interior do país.

A reabilitação da rede ferroviária angolana, destruída pela guerra civil, custou mais de três mil milhões de euros. A reconstrução da linha do Caminho de Ferro de Benguela custou quase 1,9 mil milhões de dólares, envolveu a renovação e modernização total da via (1.344 quilómetros), a reabilitação de pontes, a construção de apeadeiros e a construção de 67 estações novas.

O empreendimento incluiu, ainda, a reabilitação das antigas estações, a instalação de novos sistemas de comunicações e de controlo da circulação, a renovação do material circulante, a aquisição de 48 locomotivas novas, 95 carruagens e vagões.

Oiça aqui a reportagem de Avelino Miguel.

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Avelino Miguel, Correspondente em Angola

 

Taxas atractivas para rentabilizar o Caminho de Ferro de Benguela

 

De acordo com a Angop, o director regional da sétima região tributária, Inácio Morango, explicou que esta primeira mercadoria transportada pelo comboio inaugural vai render 22 mil kwanzas para os cofres do Estado. A remessa de 50 contentores de manganês vai ser processada num único despacho de trânsito internacional de mercadoria, cuja pauta para esse tipo de mercadorias corresponde a 39,90 UCF, o equivalente a 88 kwanzas.

 

Inácio Morango indicou que “seja qual for o volume da quantidade de mercadorias, se constituir uma única remessa o valor cobrado é o mesmo”, ou seja, é cobrado 39,90 UCF por cada despacho. O objectivo é atrair o trânsito internacional para Angola, de forma a rentabilizar o Caminho de Ferro de Benguela.

O responsável também admitiu a possibilidade de estudar, nos próximos tempos, meios para criação de um comboio de passageiros para a circulação dos cerca de mil congoleses residentes nas províncias vizinhas angolanas (Moxico, Lunda Sul e Lunda Norte).

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