África lança amanhã zona de comércio livre
Os Chefes de Estado e de governo da União Africana lançam amanhã no Ruanda a zona de comércio livre. Neste âmbito, o Presidente moçambicano seguiu nesta Terça-feira viagem para o Ruanda onde vai participar na Cimeira Extraordinária da União Africana convocada para o efeito, reunião magna na qual são esperados 27 Chefes de Estado.
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Nesta deslocação, Filipe Nyusi é acompanhado por uma comitiva que inclui o titular da Indústria e Comércio, Ragendra de Sousa, assim como o Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, José Pacheco. Em declarações recolhidas pela RFI, este último, refere ver de forma positiva a perspectiva da criação da zona de comércio livre em África. "Os nossos produtos têm oportunidade de serem colocados nos mercados dos outros países e vice-versa", declara o chefe da diplomacia moçambicana para o qual o seu país "vai poder crescer com a sua produção e vai poder ter melhores oportunidades de negociar os seus produtos". Mais pormenores com Orfeu Lisboa.
Orfeu Lisboa, correspondente da RFI em Maputo
O lançamento amanhã em Kigali das fundações desta zona de comércio livre é considerado um dos projectos mais ambiciosos a nível do continente, estando aliás contemplado na Agenda 2063 definida pela UA. Se ele conseguir abranger os 55 Estados-membros da União, calcula-se que este mercado represente um PIB total de 2500 mil milhões de Dólares. Várias vozes defendem com empenho este projecto, nomeadamente a África do Sul ou ainda o Comissário da UA para o Comércio e a Indústria, Albert Muchanga, para quem a indústria africana e a sua classe média vão alcançar benefícios com a eliminação progressiva das taxas aduaneiras. Este responsável estima nomeadamente que se este objectivo se concretizar, "até 2022 o comércio no interior do continente poderá ter aumentado de 60%". Actualmente apenas 16% do comércio dos países africanos é efectuado dentro do continente.
Refira-se contudo que nem todos os países africanos demonstram o mesmo entusiasmo. A Nigéria por exemplo não vai participar na cimeira de lançamento da zona de comércio livre, preferindo dar mais tempo para a negociação a nível interno sobre esta matéria.
Para entrar em vigor, o Acordo para a criação da zona de comércio livre precisa de ser ratificado internamente por pelo menos 22 Estados-membros. Actualmente, não se sabe ainda quantos países vão de facto rubricar e tomar medidas para a efectivação do documento.
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